segunda-feira, 1 de março de 2010

Inovação em Diagnóstico por Imagem

O setor de Diagnóstico por Imagem sempre teve que estar a frente em termos de inovação tecnólogica. Isto porque as próprias características da especialidade com o lançamento frequente de novos equipamentos, insumos e produtos, exige atualização permanente por parte dos profissionais, tanto os médicos radiologistas,como tecnicos e tecnólogos. Mais do que isso, os radiologistas logo cedo foram obrigados a se organizar em empresas , constituir pessoas jurídicas, estabelecer contratos com convênios e outros compradores de serviço, parcerias com hospitais , órgãos públicos e privados o que só agora esta acontecendo com outras especialidades.


Desta forma puderam exercitar sua capacidade empreendedora e aprender, as vezes as duras penas, a estabelecer relação com outras empresas e com os próprios pacientes, ainda numa fase onde essas práticas não eram corriqueiras.


Hoje, em tempos de globalização avançada , internet 2.0 os médicos radiologistas estão fazendo MBA em Gestão Executiva de Negócios, implantando sftwares de gerenciamento em suas clínicas e serviços e tentando entender e aplicar modernas técnicas fde gerenciamento. Nomes como CRM, ERP e tantos outros, típicos do setor empresarial são comuns no meio radiológico e muitos profissionais dessa área tem se aplicado a desenvolver inclusive programas que integram essas ferramentas à outras específicas do setor diagnóstico como é o caso do RIS e do PACS.


Nesse ambiente consuma-se a importância da inovação no ambiente empresarial radiológico. Inovação significa novidade ou renovação. A palavra é derivada do termo latino innovatio, e se refere a uma idéia, método ou objeto que é criado e que pouco se parece com padrões anteriores. Atualmente , a palavra inovação é mais utilizada no contexto de idéias e invenções assim como a exploração econômica relacionada, sendo um conceito mais adequado chamar de inovação a invenção que chega ao mercado.


De acordo com Chris Freeman da Universidade de Sussex, um dos problemas em gerir a inovação é a variedade de entendimentos que as pessoas têm desse termo, freqüentemente confundindo-o com invenção. [...] Inovação é o processo de tornar oportunidades em novas idéias e colocar estas em prática de uso extensivo.É o processo que inclui as actividades técnicas, concepção, desenvolvimento, gestão e que resulta na comercialização de novos (ou melhorados) produtos, ou na primeira utilização de novos (ou melhorados) processos.Inovação pode ser também definida como fazer mais com menos recursos, por permitir ganhos de eficiência em processos, quer produtivos quer administrativos ou financeiros, quer na prestação de serviços, potenciar e ser motor de competitividade.


A inovação tecnológica segundo Guilherme Plonsky, vem sendo crescentemente invocada como estratégia para redimir empresas, regiões de suas crônicas aflições econômicas e para promover o seu desenvolvimento. Toda inovação envolve mudanças.


A inovação tecnológica é caracterizada pela presença de mudanças tecnológicas em produtos (bens ou serviços) oferecidos à sociedade, ou na forma pela qual produtos são criados e oferecidos (que é usualmente denominada de inovação no processo). Inovações tecnológicas em produto e processo evidentemente não se excluem mutuamente; pelo contrário, podem se combinar, como, por exemplo, na comercialização de DVDs (produto inovador) pela Internet (processo inovador).Uma outra classificação, de interesse para a gestão, busca lidar com o espectro de inovações tecnológicas no que se refere ao grau da mudança envolvida. Essa grande variedade leva à conhecida categorização das inovações em incrementais, radicais ou transformadoras (também chamadas de revolucionárias).


Ainda segundo Plonsky “mudanças tecnológicas incrementais são, por vezes, percebidas como de segunda categoria. Caberiam, quando muito, no vestíbulo do olimpo da inovação - este inacessível às empresas de porte pequeno e às sociedades que não dispõem dos elevados recursos (notadamente talento e capital) requeridos para gerar inovações radicais. Ledo engano, entre outros motivos, pelo fato de desconsiderar o expressivo efeito econômico e social do processo cumulativo de mudanças tecnológicas incrementais”.


No entanto a importância das inovações incrementais para os negócios, inclusive os das megaempresas, está começando a ser detectada pela mídia mais atualizada, como o periódico The Economist, formador de opinião de dirigentes empresariais e de formuladores de políticas públicas em muitas partes do globo terrestre. Artigo com a pitoresca chamada "Não ria de borboletas engalanadas", na seção de Inovação nos Negócios, da edição de 22 de abril de 2004, tem o subtítulo: "Mais do que perseguir novos produtos miraculosos, as grandes empresas devem focalizar a realização de numerosos pequenos melhoramentos".


Neste ponto enquadram-se as empresas de pequeno e médio porte, inclusive as de base moderadamente tecnológica como é o caso das empresas de diagnóstico por imagem.


A avaliação das bases tecnológicas de uma empresa se dá levando em consideração a interferência dos meios de TI em processos, produtos e serviços. Em empresas de diagnóstico por imagem, apesar de entregar um produto aparentemente sofisticado como um exame de ressonância magnética, muitas vezes processos e serviços têm operacionalização anacrônica e desintonizada, criando ruídos na integração gerencial. Um exemplo simples seria , por exemplo, falta de sistemas de controles de processos, como atraso na emissão de laudos, falta de infra-estrutura eletrônica para entrega de imagens para médicos solicitantes, falta de um site na internet para estabelecer uma interface de conexão com o usuário.


Por outro lado, o risco de investimentos desnecessários neste setor é muito alto quando falta uma avaliação adequada do suporte necessário para dimensionar e atender a infra-estrutura e capacidade instalada. Clínicas e serviços têm portes e volume de pacientes com fluxos que obedecem à uma determinada demanda e os processos tecnológicos deve ser coerentes com esta avaliação. Desta forma , muitas vezes os processos de inovação incremental são muito úteis para empresas médicas de médio e pequeno porte e especificamente para as de diagnóstico por imagem podem constituir o início da implantação de processos inovativos dentro da empresa.


Portanto, a análise detalhada de processos e um planejamento estratégico são necessários antes de introduzir alterações supostamente inovativas para avaliar os eventuais impactos a serem obtidos e a aplicação de recursos necessários para implementação e manutenção da mesma.


Qual a melhor estratégia parta implantação de inovação dentro da empresa? Obviamente a resposta vai depender da analise de uma serie de fatores relacionados a empresa como porte , aspectos culturais, bases tecnológicas , infra-estrutura, relacionamento com o mercado, posicionamento quanto a tecnologia, etc..O aspecto mais relevante, sem duvida é o cultural na medida em que se não houver um envolvimento completo dos médicos e funcionários no processo dificilmente as modificações vão ocorrer.


Antes de implementar inovação dentro da empresa é preciso realizar análise de processos, treinamento de pessoal com a conscientização da importância destas medidas, envolvimento da equipe coleta de informações pertinentes e sugestões, coleta de opiniãoes de fornecedores, compradores, consumidores, clientes, etc... e finalmente proposição das medidas de inovação. O processo de implementação não seguirá necessariamente esta ordem. Entretanto deverá obedecer uma lógica operacional em que as medidas implementadas não sejam simplesmente despejadas pela alta administração sem consenso , sem análise e sem discussão. Do contrário, dificilmente as medidas surtirão efeito.
Referências:


1 - Bases para um movimento pela inovação tecnológica no Brasil ,Guilherme Ary Plonski, http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-88392005000100002&script=sci_arttext


2 - Don't laugh at gilded butterflies. The Economist, London, 22 Apr. 2004


3 - DRUCKER, P. F. Inovação e espírito empreendedor: práticas e princípios. São Paulo: Pioneira, 1986.


4 - FREEMAN, C. The economics of industrial innovation. 2. ed. London: Frances Pinter, 1982


5 - IBGE. Pesquisa Industrial - Inovação Tecnológica - Pintec 2000. Rio de Janeiro: 2002. Disponível em: .]







Nenhum comentário: