quarta-feira, 26 de maio de 2010

Responsabilidade social começa em casa

As clínicas radiológicas vêm cada vez mais sendo administradas dentro de modernas técnicas de gestão, ou seja, com planejamento estratégico, gestão de custos, aquisição de equipamentos dentro de um plano de negócios , políticas de recursos humanos dentre outras.Um dos aspectos fundamentais a serem considerados são as políticas de responsabilidade social.

A preocupação com a responsabilidade social esta ligada tanto à questão ética do cumprimento de normas adequadas de convivência social como da constatação da importância da empresa inserida dentro de uma comunidade.A empresa têm uma responsabilidade social e uma parte da percepção que os clientes têm da mesma esta relacionado a forma como este papel é desempenhado.

As maioria das clínicas médicas em geral já cumprem um papel social importante na medida em que fornecem um serviço essencial à comunidade, inclusive com custos competitivos, muitas delas vinculadas inclusive ao SUS Sistema Unico de Saúde ou ao Sistema de Saúde Suplementar.

No caso das clinicas radiológicas algumas particularidades devem ser consideradas. A primeira esta relacionada ao fato de trabalhar com radiação ionizante, potencialmente nociva aos clientes e ao meio ambiente. Além disso, existe a questão da utilização de substâncias químicas em reveladores e fixadores para filmes radiológicos para empresas que não dispõe de radiologia digitalizada ou computadorizada ( CR ou DR) , condição da maior parte das clinicas em nosso meio.

As normas da vigilância sanitária são muito claras neste sentido e o não cumprimento das mesmas é passível de sanções, multas e até fechamento do estabelecimento dependendo da gravidade do crime ambiental cometido. Este é um fator imprescindível: toda clinica radiológica deve ter um Plano de Gerenciamento de Residuos e deve cumprí-lo à risca.Além, disso as condições de utilização de equipamentos que geram, radiação ionizante como os aparelhos de raios x , tomógrafos, mamógrafos devem ser rotineira e exaustivamente checadas com o objetivo de evitar o dano ao paciente e ao meio ambiente.

Por outro lado existem outros aspectos à serem considerados e a maior parte está relacionada à políticas de recursos humanos. A sua clinica emprega radiologistas, técnicos, enfermeiras, auxiliares, etc..? Caso a resposta seja afirmativa é preciso analisar de que forma estão vinculados à empresa; quais os benefícios proporcionados à estes servidores e aos seus familiarres; se eles estão incluidos em programas de treinamento e qualificação profissional.

É preciso estar claro ao radiologista ou ao administrador que a política de responsabilidade social prioritária é com os funcionários da empresa. Muitas vezes ocorre o paradoxo de empresas que propalam uma série de benefícios à comunidade sem que, no entanto, seus funcionários estejam devidamente registrados e incluídos em programas de qualificação profissional, por exemplo.

É claro que este processo começa efetivamente com a implantação de modelo de gestão um pouco mais descentralizado, mais participativa dentro da clinica o que implica em alterações nos modelos administrativos.

Portanto a responsabilidade social em radiologia, como em outros setores empresariais e de prestação de serviço começa em casa.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Enquanto isso na Unimed...

Bem, enquanto isso, na Unimed - Cooperativa de Trabalho Médico - foram emitidas correspondências à todos os prestadores de serviço de imagem comunicando que a partir do próximo mês os exames acumulados não serão pagos na sua totalidade. Explico: caso o pedido seja de ultra-som endovaginal e mamografia, por exemplo , o primeiro exame - não sei o critério para definir qual o primeiro - receberá 100% do valor acordado ( que não é o da CBHPM - é menor), o segundo 70% e o terceiro 50%.

Portanto ocorrerão descontos nos valores que já tem descontos...

Dá pra entender?

Isso esta ocorrendo devido à um aumento muito grande da "sinistralidade" , termo utilizado pelas seguradoras como evento de utilização do seguro, no nosso caso exames e consultas médicas.

Este fenômeno está ocorrendo em todo o País e ninguém sabe explicar muito bem a causa. O mais evidente , para nós que estamos prestando o serviço , é a vontade do paciente em realizar determinados procedimentos como "rotina " de avaliação ou "check up" , muitas vezes sem necessidade.

Portanto, o cerne da questão de fato , está no relacionamento do segurado com a seguradora que , por vários motivos, quer utilizar o seguro mesmo que não haja uma necessidade explícita de utilização do mesmo.

Se o médico não pede o exame o paciente procura outro, até achar um que peça...

Os valores dos planos são considerados altos pelos usuários; as operadoras alegal que os custos estão cada vez mais elevados tanto na compra dos serviços como na administração.

E os médicos prestadores de serviço ficam espremidos neste embate vendo seus parcos honorários se esvaindo pelo ralo da discussão...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Os candidatos e o CBR

Em artigo divulgado pela SPR o radiologista Hilton Koch divulgou o fato de não ter ocorrido consenso na ultima Assembléia do Colégio Brasileiro de Radiologia e por isso dois candidatos se posicionam para ocupar a Presidência. Os candidatos não foram nominados pelo radiologistas mas todos os militantes desta área imaginam quem sejam.

O mais importante, no entanto não são os candidatos postulantes mas sim o ineditismo da disputa. Antes de mais nada, é preciso afirmar que ambas candidaturas são legitimas e merecem todo respeito e consideração por parte dos associados daquela entidade. Entretanto o que se coloca na análise da inédita disputa é se este fato fortalece ou enfraquece a entidade. Na opinião de alguns enfraquece porque a disputa denota falta de união e de consenso, expõe as diferenças da entidade publicamente e divide em grupos uma entidade já tão fragilizada pelos ataques externos.

Sob outro ponto de vista , a disputa além de legítima, é desejável , na medida em que demonstra a riqueza e diversidade de opiniões e possibilita um debate franco, aberto e objetiovo sobre os destinos da entidade.

Quem é o mais preparado ou capacitado à assumir essa função?

Pergunta muito difícil de ser respondida; ambos são líderes experientes de segmentos importantes da radiologia brasileira e têm todas as condições de desenvolver um bom trabalho frente ao Colégio Brasileiro de Radiologia.

Resta observar e alertar sobre o desânimo dos médicos radiologistas frente ao desgastante relacionamento com os compradores de serviços - convênios e cooperativas médicas - que forçam um aviltamento de preços que esta inviabilizando o exercício da especialidade; resta ressaltar a baixa estima dos colegas que vêm se submetendo à estas imposições numas concorrência desleal e injusta onde, muitas vezes o mais preparado e qualificado é o que perde mais.

Também é importante alertar aos líderes das entidades que esta não pode se distanciar da realidade da base dos profissionais onde estes e outros problemas reclamam soluções urgentes e bem articuladas.

Com a palavra, os candidatos.