quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Governança Corporativa em Cooperativas

(ilustração Carlos Sato)

Em nosso país, o Cooperativismo ganhou dimensão especial, graças ao seu papel estratégico na promoção de trabalho e cidadania. No Brasil, o Cooperativismo médico cresceu e se desenvolveu como em poucos setores a partir da década de 60, ocupando uma lacuna provocada por uma insuficiência de recursos públicos para o setor de saúde que já começava a se manifestar naquele período.O Sistema Unimed foi criado neste período com um modelo bastante peculiar a partir de uma experiência bem sucedida no interior do Estado de São Paulo, na cidade de Santos, rapidamente se espalhando por todo o País.

A filosofia cooperativista serviu bem à um modelo que não visa lucro mas sim oferecer mercado de trabalho à um crescente numero de profissionais médicos que não podem ser absorvidos pelo setor público e não conseguirão estar na privilegiada casta de médicos que atendem consultas particulares.Além disso, neste modelo de organização , os médicos não estão teoricamente submetidos à interesses puramente administrativos já que os proprietários-cotistas da Cooperativa Médica são os próprios profissionais.

A partir daí criou-se um modelo muito simples onde os médicos são proprietários de uma cooperativa voltada para criação de trabalho médico que praticamente dominou o setor de saúde suplementar no País. Responde atualmente por mais de 25% do atendimento médico no País com cerca de 98 mil médicos distribuídos entre 386 cooperativas num formato conhecido como “singular”. Cada cooperativa é totalmente independente da outra jurídica e institucionalmente. Porém elas se articulam num sistema federativo , possibilitando desta forma o intercâmbio de atendimento a qualquer região do País.

O mais interessante é a estrutura de governança da Cooperativa. Ela segue basicamente a Lei 5764 das Cooperativas de 16 de setembro de 1971 que direciona praticamente a formatação das estruturas diretivas deste tipo de empresa.Outras questões se impõem atualmente na Governança das Cooperativas. Se por um lado foram estruturas relativamente avançadas para a época em que foram criadas, passaram a ficar defasadas após o surgimento das novas regras de boas práticas de Governança Corporativa.

Dentre várias conceituações uma das mais difundidas sobre Governança Corporativa é “o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo o relacionamento entre acionistas cotistas,conselho de administração , diretoria, auditoria independente e conselho fiscal”.Segundo o IBGC ( Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) estas práticas quando bem aplicadas possibilitam uma série de benefícios à empresa como aumentar o valor da sociedade, facilitar o acesso ao capital e contribuir para sua perenidade.

A principal referência sobre as boas práticas de governança do Brasil é o “Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa” lançado pelo IBGC em 1999 e que vêm sendo constantemente atualizado. O documento foi elaborado após análise de documentos similares no exterior e extensos debates entre associados do IBGC de notória reputação em governança corporativa que procuraram adaptá-lo à realidade corporativa brasileira.

Está subdivido em seis capítulos: Propriedade (sócios), Conselho de Administração, Gestão, Auditoria Independente, Conselho Fiscal, Conduta e Conflito de Interesses. Apresenta também os quatro princípios básicos da governança: transparência, eqüidade, prestação de contas (accountability) e responsabilidade corporativa.



As modificações do Código refletem as constantes discussões e o aprofundamento dos temas ligados à governança corporativa, motivo que fez desse documento referência em conduta de gestão empresarial, e nas escolas de negócios. Além disso, há que se considerar que a implementação das boas práticas de Governança Corporativa numa determinada empresa deve seguir as características da mesma, não existindo uma fórmula geral que possa ser automaticamente aplicada.

No caso das Cooperativas a questão é ainda mais complexa pois as estruturas existentes – os chamados Conselhos Administrativos, e Técnicos, na prática não têm a mesma função de um Conselho de Administração como é proposto pelas normas de Governança. Mais recentemente o IBGC se propôs a apresentar uma proposta específica para Governança em Cooperativas e parece que esta proposta esta saindo do forno.

Algumas práticas propostas têm aderência imediata como por exemplo a existência de um Conselho Fiscal e um Conselho de administração; na questão da propriedade também – sócios majoritários e minoritários participam igualmente das decisões cujos votos tem o mesmo peso – cada sócio um voto. Existem porém inúmeras divergências entre as boas práticas propostas e a gestão das Cooperativas Médicas como por exemplo a necessidade de um Conselho Fiscal independente, um Conselho de Administração onde os principais stake-holders da Cooperativa estejam representados, gerenciamento mais adequado dos conflitos de interesse.

As linhas a serem privilegiadas devem ser as mesmas: transparência, equidade prestação de contas, participação, etc.E esta não é uma tarefa fácil. Migrar as estruturas já existentes das Cooperativas Médicas para novos modelos de Governança onde sejam atingidos os objetivos das boas práticas, porém sem descaracterizar o Cooperativismo.

Quem se habilita?

Omar Taha

*Médico especialista em Gestão em Saúde com MBA em Gestão Executiva de Negócios pela FGV

*Membro do Conselho Cooperativo da Unimed de Londrina e da Comissão de Implantação da Governança Corporativa na Unimed de Londrina PR

omartaha@gmail.com

Referências:

1 -Comunicação e o Cooperativismo Médico no Brasil - Um estudo de caso sobre o Sistema Nacional de Saúde Unimed - Maura Padula Pós-graduação Latu Sensu em Comunicação e Marketing Faculdade Integrada Metropolitana de Campinas

2 – IBGC – Boas Práticas de Governança Corporativa http://www.ibgc.org.br/PerguntasFrequentes.aspx

3 – Governança Corporativa: Prof Dr. Rubens Mazzali FGV/ISAE

4 – Coluna Mario Vieira Filho Governança em Cooperativas http://www.unimednne.com.br/coluna/4/GORVERNANCA-CORPORATIVA--GOVERNANCA-COOPERATIVA.html

5 – Estratégia e Governança Clécio Luiz ChiamuleraEngenheiro Eletricista, pelaUniversidade Federal doParaná, e MBA pela FAE/Baldwin-Wallace – USADiretor Administrativo eFinanceiro da Unimed CuritibaDiretor Geral da WAP doBrasil. Sócio do IBGC –Instituto Brasileiro de Governança Corporativa http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/revista_fae_business/n12/estrategia_governanca.pdf

6 – Presidência da República Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 5.764, DE 16 DE DEZEMBRO DE 1971. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5764.htm

7 – O que é Governança Corporativa http://pt.wikipedia.org/wiki/Governan%C3%A7a_corporativa

8 - IRION, João Eduardo. O Sistema e o Complexo Unimed. Edição do autor, 1990.

9 – O que é o Sistema Unimed http://www.unimed.com.br/pct/index.jsp?cd_canal=49146&cd_secao=49110

10 – Do Sanitarismo à Municipalização http://portal.saude.gov.br/portal/saude/Gestor/area.cfm?id_area=126

terça-feira, 16 de novembro de 2010

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

CBR: O Recado das Urnas




O Colégio Brasileiro de Radiologia realizou eleições durante o Congresso Brasileiro no Rio e pela primeira vez depois de muitos anos houve disputa pela direção da entidade. Os candidatos foram o Dr. Manoel Aparecido de Brasília, pela Chapa 1 e o Dr. Renato Mendonça de São Paulo pela Chapa 2. Foram cerca 6 meses de campanha onde os candidatos fizeram vários tipos de composições.




O Dr. Renato Mendonça era candidato natural há muitos anos e estava cotado para substituir o Dr. Aldemir Humberto Soares há duas eleições atrás. Teve que ceder em primeira mão para o Dr. Fernando Moreira de São Paulo e, num segundo momento, para o Dr. Sebastião Tramontin do Paraná. O Dr. Sebastião Tramontin decidiu apoiar a alteração estatutária que impedia a reeleição ficando desta forma impedido de concorrer abrindo espaço para vários colegas como o Dr. Antonio Matteoni da Bahia, o Dr. Pedro Daltro do Rio de Janeiro, e o próprio Dr. Renato Mendonça que continuava candidato.



É certo que para viabilizar sua chapa o Dr. Renato Mendonça teve que compor com os radiologistas cariocas para evitar que daquele Estado surgisse um outro candidato e cedeu várias posições para esse grupo , formando uma Chapa aparentemente imbatível : a Chapa Aliança.O que ninguém esperava era o surgimento da candidatura de um radiologista relativamente pouco conhecido a nível nacional : o Dr. Manoel Aparecido de Brasília.



Na verdade o Dr. Manoel já circulava próximo ao CBR há alguns anos. Desde um Congresso Brasileiro realizado em Brasília onde ele assumiu uma posição “diferente” ao impetrar um mandato contra a realização de uma Assembléia que definiria os próximos presidentes do CBR de forma antecipada.



Com a eleição do Dr. Sebastião Tramontin, o Dr. Manoel Aparecido começou a ocupar mais espaço no CBR, apesar de estar numa função aparentemente secundária que era a de ouvidor. Entretanto, o Dr. Manoel Aparecido não desprezou essa função. Ao contrario, a pretexto de “ouvir” o Brasil inteiro as respeito do CBR, foi pouco a pouco lançando as bases para uma candidatura alternativa que se corporificou em meados de maio. A candidatura do Dr. Manoel surgiu um pouco depois do lançamento da Aliança Rio São Paulo. Entretanto o registro da chapa foi feito primeiro, por isso a Chapa 1.



Desde então teve início um processo intenso de campanha com ambas as chapas emitindo uma série de informes que continham desde os nomes que compunham as mesmas até as propostas de trabalho. A Chapa 1 do Dr. Manoel se posicionou como de oposição ao “status quo” apesar de mencionar o apoio do Presidente atual Dr. Sebastião Tramontin, tinha o apoio maciço em Minas Gerais , estados do Centro Oeste e se apresentava muito no Paraná , Santa Catarina e alguns setores do Rio Grande do Sul. A Chapa 2 destacava a experiência do Dr. Renato Mendonça que há muitos anos coordena áreas da Sociedade Paulista e do Colégio Brasileiro e aforte aliança estabelecida com os radiologistas do Rio de Janeiro. Ambas prometeram aperfeiçoar os canais de comunicação com os radiologistas de todo o País, dentre outras propostas comuns.



No dia da votação e nos dias que antecederam a campanha se acirrou. Começaram a surgir denuncias de ambos os lados e o clima ficou “tenso”! O Dr. Renato demonstrava uma campanha profissionalizada com site, camisetas impressas, distribuição de bonés e um aparato que impressionava. O Dr. Manoel com uma campanha mais modesta, conversas ao pé de ouvido, nos corredores do Riocentro.



Ao final o Dr. Manoel venceu por 520 a 376. Foram 900 votantes (pouco mais de 10% dos membros do CBR) e 896 votos válidos. Portanto uma vitória bastante significativa que demonstrou claramente a intenção dos radiologistas em ter o Dr. Manoel como Presidente.



Por outro lado, outras leituras podem ser feitas deste resultado. A primeira e mais óbvia é sobre o percentual reduzido de participação dos radiologistas no processo. Ora, se o Colégio conta com cerca de 8000 associados ativos em condições de votar e apenas 900 compareceram, num evento realizado num local bastante acessível e estratégico que é o Rio de Janeiro e com todo estímulo e propaganda ao comparecimento era de esperar um comparecimento maior. No mínimo 20 % dos membros do CBR, digamos.



Outra leitura feita por analistas experientes do setor: aparentemente o voto foi muito mais de oposição ao Dr. Renato e toda a estrutura que ele representou naquele momento do que propriamente a favor do Dr. Manoel que teve um discurso francamente oposicionista. Desta analise surgem duas outras também válidas: clarifica-se uma divisão dentro do Colégio como não havia antes com os Paulistas liderando um segmento e os Outros. (A este respeito o Dr. Tufik Bauab presidente da Sociedade Paulista de Radiologia, publicou recentemente um artigo muito espirituoso como o nome “ O Diabo Veste Prada, e é Radiologista em São Paulo”)



Outra analise possível dentre tantas é de que urge um processo de reaglutinação dos médicos radiologistas em torno da entidade para apoiar a atual Diretoria no enfrentamento de uma série de questões vitais para a especialidade, trabalhos que vinham sendo realizados e que não podem nem devem sofrer solução de continuidade como, por exemplo, a readequação dos valores da CBHPM, a discussão com o segmento das operadoras, dentre elas a Unimed, a relação das clinicas com os radiologistas autônomos, a presença dos grande laboratórios nas grande cidades, a questão da certificação e projetos de educação continuada, dentre tantos outros.



O importante é seguir em frente!





Omar Taha

*médico radiologista,é membro do Colégio Brasileiro de Radiologia e diretor do Radiology.com.br


sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Understanding PET scans, Alan Waxman, M.D.

Everything that you need to know about PET scans with Dr. Alan D. Waxaman , from Cedars-Sinai Medical Center. He describes how positron emission tomography (PET) scans work and why they can be critical tools for patients with many common diseases, such as cancer.Try:





quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Gestão por Competências

Uma das questões fundamentais do processo de gestão é mapear dentro da empresa as competências desenvolvidas e de que forma podem ser otimizadas.

A Gestão por Competência surgiu para atender à estas demandas e para responder à determinadas particularidades do cenário empresarial. As exigências do mercado concorrencial de uma política constante de implementar inovação , diferenciação e agilidade nos processos gerenciais associada à necessidade de aprendizado contínuo e lidar com questões inéditas que surgem no conteúdo organizacional propiciou o desenvolvimento desta nova metodologia de gestão.

O foco é no desenvolvimento das competências e aquisição de novos conhecimentos , fortes indutores de diferencial competitivo sustentavel empresarial. Parte-se do princípio de que a posse de recursos exclusivos e de difícil imitação confere à organização este diferencial. Tais recursos são representados pelos conhecimentos e competências das pessoas que trabalham na organização.

A Gestão por Competências ( ou Gestão do Conhecimento) parte do princípio de que um dos maiores bens da empresa são as competências desenvolvidas pelos funcionários nas suas diversas atividades. (Svelbi , 1998 , Davenport, 2001,Edvinson e Malone , 2001). Portanto o trabalho principal do gestor é identificar as competências organizacionais críticas, desdobrá-las em competências profissionais e desenvolvê-las junto ao quadro de funcionários/colaboradores.

Estas medidas deverão ser balizadas sempre pela a análise de tendências dos negócios, do mercado  e também do desenvolvimento profissional.

O trabalho do gestor deverá estar voltado para alinhamento das competências dos funcionários para as necessidades do mercado.A implantação deste modelo redireciona, portanto todo o empenho dos funcionários no sentido de identificar as necessidades do mercado que se pretende atender e adquirir ou implementar tais competências.

Não é uma tarefa fácil. Implica e mudanças culturais dentro da empresa e muitas vezes leva tempo para implementar uma nova mentalidade. As resistências podem ocorrer, o que é típico nos processos de implementação de novas modalidades gerenciais, particularmente nos quadros mais antigos ou naqueles onde o gap entre as competências adquiridas e as competências necessárias sejam muito grandes.

Um exemplo típico foi a implementação de sistemas PACS nos centros de diagnóstico por imagem onde a manipulação dos resultados passou a sere feita de forma digital . Com uma cultura de utilização do filme arraigada nestes centros surgiram uma certa dificuldade de adaptação por parte dos profissionais e resistência de alguns setores. 

 O foco da implementação deste modelo esta baseado principalmente no diagnóstico/ avaliação destes gaps e constitui função do gestor, após sua identificação, trabalhar no sentido de eliminá-los ou minimizá-los. Dentro desta ótica, suprir esta lacunas ou gaps está relacionado a estimular os profissionais a eliminar "as discrepâncias" entre o que são capazes de realizar e o que precisa ser realizado para atender as necessidades do mercado que a empresa pretende atingir. Neste sentido a educação corporativa e os treinamentos são estratégicos.

Algumas vezes o tempo para implementação deste novo modelo é um pouco longo e depende fundamentalmente da capacitação prévia dos funcionários. Neste sentido, a política de recursos humanos da empresa deve estar muito alinhada com estes objetivos , sob risco de por a perder todo o processo de implementação da Gestão por Competências.

Os resultados, entretanto, não tardarão e devem ocorrer na forma de sustentabilidade e desenvolvimento da empresa inclusive com a eventual mudança de metas e paradigmas da empresa para outro patamar.

*(baseado em artigo de Pedro Paulo Carbone Gerente Executivo do Banco do Brasil)

sábado, 21 de agosto de 2010

Ensine Menos e Aprenda Mais !


* este artigo foi publicado no site da HSM e apresenta uma reflexão tão boa sobre a questão educação nos tempos atuais que resolvi reproduzir aqui.É bom ler e refletir sobre o que esta acontecendo nas escolas e sobre quem de fato esta ensinando e aprendendo , dentro destes novos paradigmas. (OGT)  


Em tempos em que a fonte do conhecimento passou a ser a internet e não mais o professor, Gil Giardeli traz uma reflexão sobre as mídias sociais e o futuro da educação no País. Veja mais! O pensador Mark Prensky disse: “A fonte do conhecimento não é mais o professor, mas a internet. A educação mais útil para o futuro não está acontecendo na escola. Está acontecendo depois da escola, especialmente em clubes de robótica e na internet como um todo – está acontecendo nos games.”

Dito isso, vivemos o fim de salas de aulas com espaços geográficos definidos e aulas cronometradas? Como a escola supera o tempo e o espaço, em um mundo imediatista? Como prepararemos as pessoas, para um mundo onde as profissões mudam radicalmente a cada cinco anos? O formato atual da escola ajuda a escolher o futuro de promissores alunos?



Não é a hora de cidadãos globais e conectados encontrarem a educação progressista? “As escolas deveriam ser lugares para se aprender, e não para se ensinar. Em vez de isolar os estudantes, as escolas deveriam encorajá-los a colaborar”, escreveu Don Tapscott no livro “A hora da geração digital”

O educador Jeffery Bannister alfinetou sobre os modelos de educação seculares: “Professores que leem anotações manuscritas e escrevem em quadros negros, assim como alunos que anotam o que eles dizem. Esse é um modelo pré-Gutenberg.”



Eric Mazur da Universidade de Harvard afirma: “Educação é muito mais do que mera transferência de informação. A informação precisa ser assimilada. Os alunos têm de conectar a informação ao que já sabem, desenvolver modelos mentais, aprender a aplicar o novo conhecimento e adaptá-lo a situações novas e desconhecidas.”



Recentemente fui convidado para palestrar para 300 educadores do Grupo “Salesianas” um grupo que reúne dezenas de escolas no Brasil. Administrado por irmãs católicas, que acreditam na educação como grande motor para o futuro.



A educadora Irmã Raquel, abriu o evento e fez um rico paralelo com o livro “Modernidade Liquida” de Zygmunt Bauman, proclamando ”Vivemos um tempo que exige repensarmos velhos conceitos. Dar novas formas ou enterrá-los.” Irmã Raquel, convocou suas amáveis educadoras para dar autonomia, ou seja, independência moral e intelectual para os alunos. Para ensinar que alunos devem desde cedo entender o ato de governar a si mesmo, por meio da autonomia do pensar.



“Professores devem ajudar o outro (aluno) a ser autônomo e Genial.. O professor deve ensinar o que significa coletivo e comunidade – em um mundo onde a individualização reina. Ensinar que a tolerância é tolerar o intolerável – em um mundo onde pessoas morrem pela sua opção sexual, religiosa ou politica. (Irã, Afeganistão e Cuba). Ensinar valores inegociáveis neste mundo, como ética, amor ao próximo, gosto pelo inovar e o pioneirismo.” Esta foi a fala da educadora.



Após ricas discussões, sai de lá com vários questionamentos. Acabou a fase, da aula cronometrada em espaços concretos. O espaço escolar, espalha-se pelo blog do professor, Facebook, Orkut, Twitter, redes sociais dos protagonistas da educação?



Educador e alunos definindo o que é periférico e importante?



E para colocar mais pimenta nesta encruzilhada, não contávamos com as rápidas vias digitais. “No século 21, redes de banda larga serão tão cruciais para a prosperidade econômica e social quanto as redes de transporte, água e eletricidade” disse Hamadoun Touré, secretário-geral da União Internacional de Telecomunicações (ITU).



“Conectar regiões rurais remotas à internet e à telefonia móvel, ajudando a libertar os camponeses que vivem da agricultura de subsistência, anteriormente presos ao conhecimento local e aos mercados locais. São novos estudantes, com ensinamentos seculares e locais! Fica claro, que a escola precisa de uma reforma. Ser interativa! Coletiva! Em rede! “Banda largueada”. Como será ensinar para alunos conectados na rede com bandas gigantescas, trocando arquivos, experiências e percepções?



Uma era, onde a simples troca de informação é um motor de grandes mudanças Vivemos o choque entre a era do “seu diploma tem prazo de curta validade” com a pedagogia da era industrial? Do aprendizado em massa à interatividade? Do aprendizado individual ao colaborativo? Da padronização à personalização?



Somente juntos conseguiremos avançar as fronteiras do conhecimento individual para a mentalidade coletiva, saltar para o software da sabedoria das multidões. Vivemos um sopro renovador. São tempos de transição, vamos aprender o “pacifismo, a bondade, o perdão, o amor, a filantropia, a honestidade e a ternura”. No século XXI na era digital precisamos de humanos magnânimos, progressistas, talentosos, sensatos e probos.* Vivemos uma nova música global e como disse Nietzsche “aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a musica.“ Não use velhos mapas para descobrir novas terras! Boa viagem!



Gil Giardelli (Ceo da Gaia Creative, onde implementa ações de redes sociais e web colaborativa para empresas como BMW, Hospital Einstein, Mini Cooper, Grupo Cruzeiro do Sul entre outras. Professor de MBA e Pós graduação da ESPM – São Paulo e Brasília)



*Inspirado no artigo “A libertação no mundo por meio da banda larga” e nos livros “A hora da geração digital” e “Gestação da Terra”.

Fonte:

http://br.hsmglobal.com/notas/58817-ensine-menos-e-aprenda-mais?utm_source=news_digital_200810&utm_medium=news_digital_200810&utm_content=news_digital_200810_ensine-menos-e-aprenda-mais&utm_campaign=news_digital_200810

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

ANS divulga melhores operadoras do País

(mas o atendimento à saúde e o salário dos médicos não melhora)

Apenas 23 (2,3%) das 989 operadoras de saúde que atuam na área médico hospitalar conseguiram notas na faixa mais alta da avaliação de desempenho divulgada pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
As notas , chamadas de IDSS ( Índice de Desempenho  da Saúde Suplementar) variam de 0 e 1 e avaliam o desempenho das operadoras de planos de saúde no Brasil baseado em quatro critérios: atenção à saúde, estrutura e operação, equilíbrio econômico-financeiro e satisfação do beneficiário.

Segundo a ANS esta avaliação tem o objetivo de melhorar a qualidade da prestação de serviços por parte das operadoras e garantir o equilíbrio do mercado. O IDSS poderá desta forma, servir ao usuário como instrumento de consulta prévia para os que desejam adquirir ou trocar de plano de saúde.

Dentre os critérios de avaliação de desempenho, a atenção à saúde é o que tem mais peso (50%) . O equilíbrio econômico-financeiro aparece em segundo lugar (30%), seguido dos itens estrutura e operação (10%) e satisfação do beneficiário (10%).

Em termos numéricos as operadoras da faixa "top" representam 16% dos 41,6 milhões de usuáriosde planos de saúde no País.Já as mal avaliadas têm uma quantidade menor de clientes.São 392 na faixa das piores notas (entre 0 e 0,39), que representam 11,3% dos usuários.

A maioria das operadoras ainda podem ser consideradas medianas (35,2%) : obtiveram notas entre 0,4 e 0,59. Representam cerca de 30 % dos usuários.

Outras 226 operadoras (22,9%) tiveram notas entre 0,6 e 0,79 ; representam a maioria dos usuários : 18 milhões de pessoas , ou 43% do total de segurados vinculados às operadoras ativas. O ranking divulgado pela ANS demonstra também que apenas três das maiores operadoras do País estão entre as mais bem avaliadas - Bradesco , Amil e Unimed.

Apesar desta divulgação ter sido muito bem recebida pelas operadoras que têm as notas mais altas , as críticas em relação ao setor são muito contundentes. As operadoras queixam-se das normas da ANS, consideradas cada vez mais draconianas e que engessam a atuação das mesmas deixando exasperados os gestores diante do acúmulo de exigências para o setor.

Por outro lado o IDEC ( Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) reitera que o setor dos planos de saúde é um dos que apresentam maior volume de queixas dos usuários. Segundo a advogada Karina Grou , o índice têm problemas e não avalia, de fato a qualidade dos serviços prestados. Segundo a advogada o IDEC vêm acompanhando atentamente o setor e "continua observando a gravidade do setor, não só na negativa de cobertura , mas também na piora da qualidade do atendimento".Segundo a advogada o item "respeito ao consumidor é apenas um grão de areia para a ANS chegar a estes resultados".

E por fim , temos os médicos e outros prestadores de serviços às operadoras que vêem seus salários e honorários cada vez mais achatados, sem perspectivas de realinhamento, até porque falta união e articulação aos profissionais, no sentido de cobrar melhor remuneração às operadoras.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O Futuro da Universidade

Qual será o modelo de ensino aplicado às Universidades nos próximos 10 anos? A partir deste questionamento professores da Unesp (Universidade Estadual Paulista) promoveram o 1º Ciclo de Debates “A Universidade Pública Brasileira no Decorrer do Próximo Decênio” no campus da Barra funda em São Paulo.


As conclusões não são tão surpreendentes: programas de cooperação com outros países serão mais freqüentes, boa parte dos cursos será oferecido à distância, alunos de graduação terão formação cada vez mais interdisciplinar, dentre outras.

Participaram das discussões professores com grande experiência no tema como o vice-reitor da Unesp Julio Cezar Durigan , os professores Olgária Matos, da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Luiz Antonio Constant Rodrigues da Cunha, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Gerhard Malnic (USP), Naomar Monteiro de Almeida Filho, reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Hélio Nogueira da Cruz (USP) e Marco Aurélio Nogueira (Unesp). Abriram a sessão o reitor da Unesp, Herman Jacobus Cornelis Voorwald, e o secretário de Ensino Superior do Estado de São Paulo, Carlos Vogt.

“O evento foi extremamente produtivo e cumpriu o objetivo de trazer visões de especialistas de outras instituições para contribuir com o debate”, disse Durigan, que preside a Comissão Permanente de Gestão do Plano de Desenvolvimento Institucional da Unesp.

Uma das tendências mais destacadas no encontro foi a interdisciplinaridade. Almeida Filho falou sobre a experiência da Universidade de Bolonha, na Itália, na qual os graduandos têm uma formação genérica nos três primeiros anos e escolhem uma carreira específica, fazendo um curso de mais dois anos. “Na primeira fase, o estudante já obtém o diploma de graduação, e, após os dois anos de especialização, sai com o título de mestrado”, disse Durigan. No entanto, segundo ele, há vários obstáculos para que esse modelo seja adotado no Brasil, como, por exemplo, a falta de reconhecimento desse tipo de pós-graduação pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Os problemas também são de ordem prática. “Se um estudante de engenharia, por exemplo, quiser cursar disciplinas em ciências sociais, ele terá dificuldades. Por isso, precisamos facilitar o acesso dos alunos a outras áreas”, afirmou.

O intercâmbio com instituições de outros países foi outro ponto abordado no evento e tido como fundamental para o desenvolvimento da pesquisa brasileira e para o aumento de sua visibilidade no mundo. Um importante obstáculo nesse caso é o idioma.

“Enviamos muitos alunos para intercâmbios em Portugal e na Espanha, por exemplo, mas isso não ocorre com a mesma intensidade com a Alemanha, China e Coreia do Sul”, disse Durigan, destacando que há muitos pesquisadores de outros países que desejam trabalhar com brasileiros.

Para contornar o problema, a Unesp está diversificando os cursos de línguas que são disponibilizados aos alunos, como o curso de mandarim, ensinado em cinco unidades da universidade.

As universidades paulistas também investem no aprofundamento de intercâmbios com instituições para a dupla titulação, em que o aluno faz parte de seu curso no Brasil e parte no exterior e, na conclusão, obtém um diploma reconhecido pelos dois países.

Mais tempo para pesquisa

A universidade da próxima década também terá forte infraestrutura de tecnologias da informação e da comunicação (TIC), segundo os presentes no debate, uma vez que boa parte de sua função educacional deverá ser cumprida a distância.

O ensino a distância é capaz de atender mais pessoas e apresentar qualidade igual ou até superior à modalidade presencial, de acordo com o vice-reitor da Unesp. As TIC também serão uma ferramenta importante nas aulas presenciais. Os docentes deverão manter sites a fim de fornecer os conteúdos que serão abordados em sala de aula.

“Estudos mostram que o aproveitamento do estudante está muito relacionado à disponibilização de material antes da aula, para que ele possa se preparar para o encontro com o professor”, disse Durigan.

Outra previsão é que as novas tecnologias deverão proporcionar mais tempo para o docente se dedicar aos trabalhos de pesquisa e de extensão. Já os serviços de extensão das universidades estarão cada vez mais relacionados com projetos de inovação.

A informática será ferramenta fundamental também na gestão das universidades. “Por estar espalhada por todo o Estado de São Paulo, a Unesp, por exemplo, tem uma logística complexa. Temos que contornar essa questão com a ampliação das ferramentas de comunicação e informação”, disse Durigan.

A criação de planos de desenvolvimento institucionais foi apontada como alternativa para o problema da falta de continuidade de projetos nas universidades.

Durigan explica que a existência do Plano de Desenvolvimento Institucional da Unesp impede gestões personalistas em que programas iniciados em outras gestões são abandonados ou descontinuados por novas administrações.

“Pretendemos agora organizar outros debates e visitar as unidades da Unesp para que cada uma desenvolva o seu plano”, disse Durigan.

Baseado em artigo publicado por Fábio Reynol no Boletim da Agência FAPESP

http://www.agencia.fapesp.br/materia/12623/universidades-no-futuro.htm

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segunda-feira, 5 de julho de 2010

O Novo Código de Ética Médica

Depois de alguns anos de estudo foi divulgado recentemente o novo Código de Ética Médica , elaborado pelo Conselho Federal de Medicina , e que traz uma série de alterações importantes. A maior parte destas mudanças está relacionada à utilização de recursos tecnológicos nas práticas médicas e também atingir um número maior de profissionais, inclusive aqueles que atuam em cargos de gestão, pesquisa e ensino.




A mudança é muito importante e , de imediato, atingirá cerca de 300 mil médicos que atuam em todo o País e que devem estar atentos à diversas alterações comportamentais preconizadas pelo Novo Código.



O Código atualizado contém 14 capítulos e 118 artigos que tratam dos direitos dos pacientes e dos médicos , incluem tópicos de responsabilidade profissional , relação com pacientes e familiares, doação e transplante de órgãos, relação entre médicos,sigilo profissional, prontuários,pesquisa e publicidade médica.



Um dos aspectos fundamentais deste novo código é levar em conta a autonomia e o direito de esclarecimento do paciente em relação à patologia, além de reconhecer com maior clareza o processo da terminalidade da vida.



Com relação à autonomia, por exemplo, o médico deverá aceitar as escolhas de seus pacientes , desde que adequadas ao caso e cientificamente reconhecidas, inclusive nas questões referentes ao diagnóstico e terapêutica. Nesse caso por exemplo, o paciente poderá questionar por exemplo a indicação de um laboratório para realização de exames, por exemplo, podendo optar por outro de sua preferência.



Na prática, o que vêm ocorrendo é o médico fazer a solicitação de exame sem especificar laboratório ou serviço, apenas recomendado um ou outro serviço quando esta informação é solicitada pelo paciente.



Com relação à publicidade médica o capítulo XIII diz que, na divulgação dos serviços médicos , o profissional deverá incluir obrigatoriamente o número da inscrição do CRM. Os anúncios de estabelecimentos de saúde devem constar o nome e o número de registro do diretor técnico.



Um dos aspectos polêmicos têm sido o relacionamento dos médicos com os laboratórios. Por mesmo, no que diz respeito às publicações científicas , quando docente ou autor o médico deve declarar se tem relações com a indústria de medicamentos, órteses e próteses, equipamentos, etc. e outras que possam configurar conflitos de interesse, ainda que em potencial. Esse aspecto é abordado no artigo 119 do Capítulo XII, sobre Ensino e Pesquisa Médica.



No que diz respeito à responsabilidade subjetiva há uma recomendação de que a mesma não possda ser apenas presumida, ou seja deve ser provada para que o médico seja penalizado – por omissão, caracterizável como imperícia, imprudência ou negligência. Esse tópico é de suma importância porque assume e reconhece de que na área médica os resultados de cura não são garantidos.



No processo de reformulação do novo código, além de serem consideradas as mudanças sociais, jurídicas e científicas, os responsáveis pelo trabalho também analisaram os códigos de ética médica de outros países e consideraram elementos de jurisprudência. Foram consideradas também contribuições enviadas por médicos de todo o País.

(Para saber mais sobre o Novo Código de Ética médica visite o site do CFM http://www.cfm.org.br/ )

sexta-feira, 18 de junho de 2010

O Bolso dos Médicos!

É incrível!

Mas é verdade....!

Você sabia que não nenhum item na legislação atual que possibilite aos médicos a atualização de honorários frente ao Sistema de Saúde Suplementar?

Isso mesmo, as operadoras de planos de saúde, inclusive as Cooperativas Médicas podem negociar a seu bel-prazer os valores de honorários médicos, aliás como fazem mesmo com tranquilidade.

Considere-se uma realidade onde os valores praticados ainda são os da antiga Tabela AMB 96 sem que a CBHPM tenha de fato sido implantada na realidade de pagamento dos convênios e operadoras.

Diante disso, o Conselho Federal de Medicina através do seu COMSU - Conselho de Saude Suplementar - resolveu espernear. E vê como última saída o descredenciamento....

Esse filme é antigo...

Mas a conjuntura é outra...!

Mesmo nos tempos das vacas "gordas" quando as planos de saúde ganhavam muito bem com a venda maciça de planos que eram pouco utilizados, mesmo assim nunca negociaram de forma amigável com os médicos.

Por um simples motivo: não era necessário! Se um médico não atendesse outro atenderia...

Bem, os tempos são outros. Mudaram. E pra pior!

As operadoras vivem um momento delicado com explosão da sinistralidade e pressão constante da Agência Nacional de Saúde que vêm implementando gradativamente novas regras e novos procedimentos que implicam em aumento substancial dos custos operacionais.

Em termos de honorários, na visão das operadoras , não há o que negociar. Se em público fazem um discursao de enaltecimento do trabalho médico, no particular não ligam muito para essa questão já que existe uma fila de curriculuns à disposição, todos profissoionais jovens, alguns até bem preparados, ávidos para adentrar o mercado de trabalho.

Veja o artigo divulgado pelo Conselho Federal de Medicina e Colégio Brasileiro de Radiologia sobre as providências que serão tomadas em relação ao caso.

E deixe seu comentário no final...

"A Comissão de Saúde Suplementar (Comsu) do Conselho Federal de Medicina (CFM) deve aprofundar a discussão e a mobilização em torno do reajuste dos honorários pagos aos profissionais que atuam em operadoras e planos de saúde em reunião ampliada com a Comissão de defesa e implantação da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (AMB). Do encontro, previsto para 9 de julho, devem participar sindicatos médicos, associações, sociedades de especialidades e conselhos regionais de medicina.

O estabelecimento de critérios para reajuste anual dos médicos que prestam serviços às operadoras de planos de saúde foi apontado item prioritário para atuação da Comsu. Foi o que informou o coordenador do grupo, conselheiro Aloísio Tibiriçá Miranda (2º vice-presidente do Conselho), após reunião realizada nesta quinta-feira (17), em Brasília, com a participação de representantes da Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e da Associação Médica Brasileira (AMB).

Para o representante da AMB na Comissão, Florisval Meinão, as entidades devem continuar sua mobilização em torno do tema e, ainda, cobrar um posicionamento da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). “Devemos cobrar a omissão da agência nesse sentido”, frisa. Na avaliação do grupo, na legislação não há instrumentos que garantam ao médico que presta serviço às operadoras o reajuste anual de seus honorários, tornando-o elemento fragilizado do ponto de vista econômico e criando relações instáveis, que motivam descredenciamentos - o que prejudica o atendimento à população.

As entidades participam de um grupo de trabalho da ANS para tratar do tema, juntamente com a União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas), da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde, representante das seguradoras especializadas em saúde), da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) e da Unimed. Os participantes da reunião desta quinta-feira acreditam que somente com mobilização haverá ganhos para a categoria".

segunda-feira, 7 de junho de 2010

PET CT torna-se obrigatório

Mais um capítulo da novela Planos de Saúde X ANS: a partir de hoje (7 de junho 2010) 43,7 milhões de brasileiros deverão ter acesso à novos procedimentos médicos incluídos na cobertura obrigatória dos planos de saúde, dentre estes o PET - SCAN , exame de imagem que dentre outras características permite detecção precoce de tumores. Passa a vigorar o novo rol mínimo que as empresas devem ofertar para contratos assinados a partir de 1999.

Importante: a lista não impede o usuário de reivindicar tratamentos necessários e não incluídos. As novas coberturas, porém, trazem limitações. No caso do PET-scan, por exemplo, o exame só poderá ser usado para suspeita de linfoma e câncer pulmonar.

A inclusão destes 73 novos procedimentos obrigatórios não deve encerrar ainda o debate entre operadoras e consumidores sobre os valores e a extensão da cobertura dos planos.A ANS promete ficar atenta às novidades do mercado médico e , dependendo da necessidade e demanda, incluí-los como obrigatórios para os planos de saúde.

Por outro lado, as operadoras de planos têm uma série de reclamações.Alegam que terão prejuízos com as novas exigências, já que o governo só permitirá reajustes referentes aos novos procedimentos em 2011. A Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) entrou com ação na Justiça pedindo a suspensão do novo rol.

A entidade estima que as mudanças terão um impacto de 5,7% nas despesas das operadoras o que somado ao aumento constante da sinistralidade inviabilizará muitas dessas entidades. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) questiona. "Procedimentos mais modernos e menos invasivos podem ser mais caros que os anteriores, mas reduzem os gastos com internações", avalia Maíra Feltrin Alves, advogada do Idec.

Enquanto isso, os médicos vêem seus honorários bastante reduzidos, principalmente os cirurgiões e especialistas em diagnóstico por imagem.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Responsabilidade social começa em casa

As clínicas radiológicas vêm cada vez mais sendo administradas dentro de modernas técnicas de gestão, ou seja, com planejamento estratégico, gestão de custos, aquisição de equipamentos dentro de um plano de negócios , políticas de recursos humanos dentre outras.Um dos aspectos fundamentais a serem considerados são as políticas de responsabilidade social.

A preocupação com a responsabilidade social esta ligada tanto à questão ética do cumprimento de normas adequadas de convivência social como da constatação da importância da empresa inserida dentro de uma comunidade.A empresa têm uma responsabilidade social e uma parte da percepção que os clientes têm da mesma esta relacionado a forma como este papel é desempenhado.

As maioria das clínicas médicas em geral já cumprem um papel social importante na medida em que fornecem um serviço essencial à comunidade, inclusive com custos competitivos, muitas delas vinculadas inclusive ao SUS Sistema Unico de Saúde ou ao Sistema de Saúde Suplementar.

No caso das clinicas radiológicas algumas particularidades devem ser consideradas. A primeira esta relacionada ao fato de trabalhar com radiação ionizante, potencialmente nociva aos clientes e ao meio ambiente. Além disso, existe a questão da utilização de substâncias químicas em reveladores e fixadores para filmes radiológicos para empresas que não dispõe de radiologia digitalizada ou computadorizada ( CR ou DR) , condição da maior parte das clinicas em nosso meio.

As normas da vigilância sanitária são muito claras neste sentido e o não cumprimento das mesmas é passível de sanções, multas e até fechamento do estabelecimento dependendo da gravidade do crime ambiental cometido. Este é um fator imprescindível: toda clinica radiológica deve ter um Plano de Gerenciamento de Residuos e deve cumprí-lo à risca.Além, disso as condições de utilização de equipamentos que geram, radiação ionizante como os aparelhos de raios x , tomógrafos, mamógrafos devem ser rotineira e exaustivamente checadas com o objetivo de evitar o dano ao paciente e ao meio ambiente.

Por outro lado existem outros aspectos à serem considerados e a maior parte está relacionada à políticas de recursos humanos. A sua clinica emprega radiologistas, técnicos, enfermeiras, auxiliares, etc..? Caso a resposta seja afirmativa é preciso analisar de que forma estão vinculados à empresa; quais os benefícios proporcionados à estes servidores e aos seus familiarres; se eles estão incluidos em programas de treinamento e qualificação profissional.

É preciso estar claro ao radiologista ou ao administrador que a política de responsabilidade social prioritária é com os funcionários da empresa. Muitas vezes ocorre o paradoxo de empresas que propalam uma série de benefícios à comunidade sem que, no entanto, seus funcionários estejam devidamente registrados e incluídos em programas de qualificação profissional, por exemplo.

É claro que este processo começa efetivamente com a implantação de modelo de gestão um pouco mais descentralizado, mais participativa dentro da clinica o que implica em alterações nos modelos administrativos.

Portanto a responsabilidade social em radiologia, como em outros setores empresariais e de prestação de serviço começa em casa.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Enquanto isso na Unimed...

Bem, enquanto isso, na Unimed - Cooperativa de Trabalho Médico - foram emitidas correspondências à todos os prestadores de serviço de imagem comunicando que a partir do próximo mês os exames acumulados não serão pagos na sua totalidade. Explico: caso o pedido seja de ultra-som endovaginal e mamografia, por exemplo , o primeiro exame - não sei o critério para definir qual o primeiro - receberá 100% do valor acordado ( que não é o da CBHPM - é menor), o segundo 70% e o terceiro 50%.

Portanto ocorrerão descontos nos valores que já tem descontos...

Dá pra entender?

Isso esta ocorrendo devido à um aumento muito grande da "sinistralidade" , termo utilizado pelas seguradoras como evento de utilização do seguro, no nosso caso exames e consultas médicas.

Este fenômeno está ocorrendo em todo o País e ninguém sabe explicar muito bem a causa. O mais evidente , para nós que estamos prestando o serviço , é a vontade do paciente em realizar determinados procedimentos como "rotina " de avaliação ou "check up" , muitas vezes sem necessidade.

Portanto, o cerne da questão de fato , está no relacionamento do segurado com a seguradora que , por vários motivos, quer utilizar o seguro mesmo que não haja uma necessidade explícita de utilização do mesmo.

Se o médico não pede o exame o paciente procura outro, até achar um que peça...

Os valores dos planos são considerados altos pelos usuários; as operadoras alegal que os custos estão cada vez mais elevados tanto na compra dos serviços como na administração.

E os médicos prestadores de serviço ficam espremidos neste embate vendo seus parcos honorários se esvaindo pelo ralo da discussão...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Os candidatos e o CBR

Em artigo divulgado pela SPR o radiologista Hilton Koch divulgou o fato de não ter ocorrido consenso na ultima Assembléia do Colégio Brasileiro de Radiologia e por isso dois candidatos se posicionam para ocupar a Presidência. Os candidatos não foram nominados pelo radiologistas mas todos os militantes desta área imaginam quem sejam.

O mais importante, no entanto não são os candidatos postulantes mas sim o ineditismo da disputa. Antes de mais nada, é preciso afirmar que ambas candidaturas são legitimas e merecem todo respeito e consideração por parte dos associados daquela entidade. Entretanto o que se coloca na análise da inédita disputa é se este fato fortalece ou enfraquece a entidade. Na opinião de alguns enfraquece porque a disputa denota falta de união e de consenso, expõe as diferenças da entidade publicamente e divide em grupos uma entidade já tão fragilizada pelos ataques externos.

Sob outro ponto de vista , a disputa além de legítima, é desejável , na medida em que demonstra a riqueza e diversidade de opiniões e possibilita um debate franco, aberto e objetiovo sobre os destinos da entidade.

Quem é o mais preparado ou capacitado à assumir essa função?

Pergunta muito difícil de ser respondida; ambos são líderes experientes de segmentos importantes da radiologia brasileira e têm todas as condições de desenvolver um bom trabalho frente ao Colégio Brasileiro de Radiologia.

Resta observar e alertar sobre o desânimo dos médicos radiologistas frente ao desgastante relacionamento com os compradores de serviços - convênios e cooperativas médicas - que forçam um aviltamento de preços que esta inviabilizando o exercício da especialidade; resta ressaltar a baixa estima dos colegas que vêm se submetendo à estas imposições numas concorrência desleal e injusta onde, muitas vezes o mais preparado e qualificado é o que perde mais.

Também é importante alertar aos líderes das entidades que esta não pode se distanciar da realidade da base dos profissionais onde estes e outros problemas reclamam soluções urgentes e bem articuladas.

Com a palavra, os candidatos.

quarta-feira, 10 de março de 2010

CBR lança Cursos On Line

O Colégio Brasileiro de Radiologia divulgou recentemente a iniciativa de publicar cursos on-line através de sua página na internet (http://www.cbr.org.br)/ . O conjunto de cursos foi denominado PEC Programa de Educação Continuada e poderá ser acessado por todos os profissionais inclusive os que não são vinculados ao CBR. A diferença é que os Membros do CBR com suas mensalidades em dia terão acesso gratuito e os outros deverão pagar uma taxa.
A iniciativa é bastante louvável na medida em que possibilita a difusão de conhecimento e atualização profissional, uma das funções do CBR. Esta é mais uma das medidas adotadas pela atual Diretoria para oferecer serviços que justifiquem a participação de profissionais no CBR. E isso deve acontecer com maior frequência e em outras entidades na medida em que é cada vez maior o distanciamento entre os médicos e suas entidades de classe.
Boa parte dos profissionais questionam a utilidade das entidades já que não têm uma percepção do que esta sendo feito pelas mesmas no sentido de possibilitar desenvolvimento profissional, assessoria jurídica , atualização científica e mesmo relacionamento social.
Existe um acúmulo de entidades que assediam os profissionais com a cobranças de taxas, algumas abusivas e outras até injustificadas e os médicos com seus ganhos cada vez mais achatados acabam rejeitando as instituições que deveriam estar aí para protegê-los.
Portanto a atitude do CBR é excelente;esperamos que perdure e cresça de forma a atrair cada vez mais profissionais para a entidade o que certamente vai contribuir com o crescimento da mesma e de toda a cartegoria profissional.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Inovação em Diagnóstico por Imagem

O setor de Diagnóstico por Imagem sempre teve que estar a frente em termos de inovação tecnólogica. Isto porque as próprias características da especialidade com o lançamento frequente de novos equipamentos, insumos e produtos, exige atualização permanente por parte dos profissionais, tanto os médicos radiologistas,como tecnicos e tecnólogos. Mais do que isso, os radiologistas logo cedo foram obrigados a se organizar em empresas , constituir pessoas jurídicas, estabelecer contratos com convênios e outros compradores de serviço, parcerias com hospitais , órgãos públicos e privados o que só agora esta acontecendo com outras especialidades.


Desta forma puderam exercitar sua capacidade empreendedora e aprender, as vezes as duras penas, a estabelecer relação com outras empresas e com os próprios pacientes, ainda numa fase onde essas práticas não eram corriqueiras.


Hoje, em tempos de globalização avançada , internet 2.0 os médicos radiologistas estão fazendo MBA em Gestão Executiva de Negócios, implantando sftwares de gerenciamento em suas clínicas e serviços e tentando entender e aplicar modernas técnicas fde gerenciamento. Nomes como CRM, ERP e tantos outros, típicos do setor empresarial são comuns no meio radiológico e muitos profissionais dessa área tem se aplicado a desenvolver inclusive programas que integram essas ferramentas à outras específicas do setor diagnóstico como é o caso do RIS e do PACS.


Nesse ambiente consuma-se a importância da inovação no ambiente empresarial radiológico. Inovação significa novidade ou renovação. A palavra é derivada do termo latino innovatio, e se refere a uma idéia, método ou objeto que é criado e que pouco se parece com padrões anteriores. Atualmente , a palavra inovação é mais utilizada no contexto de idéias e invenções assim como a exploração econômica relacionada, sendo um conceito mais adequado chamar de inovação a invenção que chega ao mercado.


De acordo com Chris Freeman da Universidade de Sussex, um dos problemas em gerir a inovação é a variedade de entendimentos que as pessoas têm desse termo, freqüentemente confundindo-o com invenção. [...] Inovação é o processo de tornar oportunidades em novas idéias e colocar estas em prática de uso extensivo.É o processo que inclui as actividades técnicas, concepção, desenvolvimento, gestão e que resulta na comercialização de novos (ou melhorados) produtos, ou na primeira utilização de novos (ou melhorados) processos.Inovação pode ser também definida como fazer mais com menos recursos, por permitir ganhos de eficiência em processos, quer produtivos quer administrativos ou financeiros, quer na prestação de serviços, potenciar e ser motor de competitividade.


A inovação tecnológica segundo Guilherme Plonsky, vem sendo crescentemente invocada como estratégia para redimir empresas, regiões de suas crônicas aflições econômicas e para promover o seu desenvolvimento. Toda inovação envolve mudanças.


A inovação tecnológica é caracterizada pela presença de mudanças tecnológicas em produtos (bens ou serviços) oferecidos à sociedade, ou na forma pela qual produtos são criados e oferecidos (que é usualmente denominada de inovação no processo). Inovações tecnológicas em produto e processo evidentemente não se excluem mutuamente; pelo contrário, podem se combinar, como, por exemplo, na comercialização de DVDs (produto inovador) pela Internet (processo inovador).Uma outra classificação, de interesse para a gestão, busca lidar com o espectro de inovações tecnológicas no que se refere ao grau da mudança envolvida. Essa grande variedade leva à conhecida categorização das inovações em incrementais, radicais ou transformadoras (também chamadas de revolucionárias).


Ainda segundo Plonsky “mudanças tecnológicas incrementais são, por vezes, percebidas como de segunda categoria. Caberiam, quando muito, no vestíbulo do olimpo da inovação - este inacessível às empresas de porte pequeno e às sociedades que não dispõem dos elevados recursos (notadamente talento e capital) requeridos para gerar inovações radicais. Ledo engano, entre outros motivos, pelo fato de desconsiderar o expressivo efeito econômico e social do processo cumulativo de mudanças tecnológicas incrementais”.


No entanto a importância das inovações incrementais para os negócios, inclusive os das megaempresas, está começando a ser detectada pela mídia mais atualizada, como o periódico The Economist, formador de opinião de dirigentes empresariais e de formuladores de políticas públicas em muitas partes do globo terrestre. Artigo com a pitoresca chamada "Não ria de borboletas engalanadas", na seção de Inovação nos Negócios, da edição de 22 de abril de 2004, tem o subtítulo: "Mais do que perseguir novos produtos miraculosos, as grandes empresas devem focalizar a realização de numerosos pequenos melhoramentos".


Neste ponto enquadram-se as empresas de pequeno e médio porte, inclusive as de base moderadamente tecnológica como é o caso das empresas de diagnóstico por imagem.


A avaliação das bases tecnológicas de uma empresa se dá levando em consideração a interferência dos meios de TI em processos, produtos e serviços. Em empresas de diagnóstico por imagem, apesar de entregar um produto aparentemente sofisticado como um exame de ressonância magnética, muitas vezes processos e serviços têm operacionalização anacrônica e desintonizada, criando ruídos na integração gerencial. Um exemplo simples seria , por exemplo, falta de sistemas de controles de processos, como atraso na emissão de laudos, falta de infra-estrutura eletrônica para entrega de imagens para médicos solicitantes, falta de um site na internet para estabelecer uma interface de conexão com o usuário.


Por outro lado, o risco de investimentos desnecessários neste setor é muito alto quando falta uma avaliação adequada do suporte necessário para dimensionar e atender a infra-estrutura e capacidade instalada. Clínicas e serviços têm portes e volume de pacientes com fluxos que obedecem à uma determinada demanda e os processos tecnológicos deve ser coerentes com esta avaliação. Desta forma , muitas vezes os processos de inovação incremental são muito úteis para empresas médicas de médio e pequeno porte e especificamente para as de diagnóstico por imagem podem constituir o início da implantação de processos inovativos dentro da empresa.


Portanto, a análise detalhada de processos e um planejamento estratégico são necessários antes de introduzir alterações supostamente inovativas para avaliar os eventuais impactos a serem obtidos e a aplicação de recursos necessários para implementação e manutenção da mesma.


Qual a melhor estratégia parta implantação de inovação dentro da empresa? Obviamente a resposta vai depender da analise de uma serie de fatores relacionados a empresa como porte , aspectos culturais, bases tecnológicas , infra-estrutura, relacionamento com o mercado, posicionamento quanto a tecnologia, etc..O aspecto mais relevante, sem duvida é o cultural na medida em que se não houver um envolvimento completo dos médicos e funcionários no processo dificilmente as modificações vão ocorrer.


Antes de implementar inovação dentro da empresa é preciso realizar análise de processos, treinamento de pessoal com a conscientização da importância destas medidas, envolvimento da equipe coleta de informações pertinentes e sugestões, coleta de opiniãoes de fornecedores, compradores, consumidores, clientes, etc... e finalmente proposição das medidas de inovação. O processo de implementação não seguirá necessariamente esta ordem. Entretanto deverá obedecer uma lógica operacional em que as medidas implementadas não sejam simplesmente despejadas pela alta administração sem consenso , sem análise e sem discussão. Do contrário, dificilmente as medidas surtirão efeito.
Referências:


1 - Bases para um movimento pela inovação tecnológica no Brasil ,Guilherme Ary Plonski, http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-88392005000100002&script=sci_arttext


2 - Don't laugh at gilded butterflies. The Economist, London, 22 Apr. 2004


3 - DRUCKER, P. F. Inovação e espírito empreendedor: práticas e princípios. São Paulo: Pioneira, 1986.


4 - FREEMAN, C. The economics of industrial innovation. 2. ed. London: Frances Pinter, 1982


5 - IBGE. Pesquisa Industrial - Inovação Tecnológica - Pintec 2000. Rio de Janeiro: 2002. Disponível em: .]