domingo, 3 de junho de 2012

O Crescimento do DASA e a Radiologia Brasileira

O Grupo DASA especializado em medicina diagnóstica atingiu a receita de R$ 609,5 milhões no primeiro trimestre, o que representou um crescimento de 10,4 % em relação ao 1º trimestre de 2011. Este é um dos primeiros resultados anunciados após a reviravolta ocorrida recentemente que culminou com a ida do radiologista Romeu Cortes para a Posição de CEO acumulando a Presidencia do Conselho de Administração da empresa. 


O Grupo DASA - Diagnóstico das Américas , desde sua criação teve uma receptividade bastante polêmica entre os radiologistas. Desde o ano 2000 com a incorporação da tradicional rede de laboratórios Lavoisier de São Paulo pelo Grupo Delboni Auriemo, teve início a trajetória do Grupo Diagnóstico das Américas. Desde então a empresa segue numa sucessão de incorporações em várias localidades do País, como Rio de Janeiro e Curitiba, Goinânia. Em 2004 a empresa empreende um bem sucedimento lançamento de oferta de ações na Bolsa de Valores, tornando-se a mais capitalizada empresa diagnóstica do País.


Desta forma  , muitos profissionais que serviam os laboratórios incorporados passaram a atender no DASA e o volume de exames diagnósticos por imagem aumentou significativamente.No ano de 2008 foi indicado o nome de Marcelo  Noll Barbosa para a Presidência do grupo e a implantação de um sistema de governança corporativa mais estruturada com os sócios proprietários participando decisivamente do Conselho de Administração. No ano de 2009 , para reforçar o Conselho Administrativo entra o Professor Giovanni Cerri , atual Secretário de Estado da Saúde de São Paulo e na época chefe do Serviço de Radiologia do INRAD - Instituto de Radiologia da Faculdade de Medicina da USP de São Paulo. Além disso é indicado o Dr. Renato Mendonça que era ligado ao Grupo Medimagem da Beneficiência Portuguesa de São Paulo e Vice-Presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia.


Neste mesmo período ocorre um episódio importante: o Dr. Renato Mendonça candidata-se à Presidência do Colégio Brasileiro de Radiologia com eleição marcada para o Congresso Brasileiro realizado no Rio. Nessa mesma época mais laboratórios são incorporados no Rio outros laboratórios dentre estes o CDPI que têm à sua frente o Dr. Romeu Cortes também membro do Colégio Brasileiro de Radiologia.


Um certo temor espalha-se entre os radiologistas e divulga-se que o DASA vai incorporar todos os principais laboratórios de imagem do País e controlar os preços de exames e salários dos médicos. Um candidato de oposição Dr. Manoel Aparecido, de Brasília, apresenta-se ao Colégio Brasileiro de Radiologia e vence as eleições. Desde então ocorre uma espécie de divisão entre os radiologistas brasileiros - de um lado aqueles que são ligados às Sociedade de Radiologia dos grandes centros como Rio e São Paulo , e de outro lado radiologistas de outras localidades do País como o Paraná , Brasília, Rio Grande do Sul , Minas...etc...


O Dr. Romeu desde o início assume uma certa liderança no Conselho Administrativo do DASA e a gestão de Marcelo Noll começa a ser questionada apesar de alguns bons resultados econômicos obtidos. Neste momento - início de 2012 - o DASA dá mais uma reviravolta e o Presindente do Conselho de Administração Romeu Cortes assume também a Presidência do Grupo , contrariando os fundamentos de Governança Corporativa do IBGC , onde os proprietários devem , prioritariamente atuar de forma estratégica e os executivos contratados fazem a gestão.


E agora divulga-se o resultado  financeiro que demonstra o crescimento o DASA e a hegemonia que o grupo mantam na área de diagnóstico por imagem no País. Apenas em lembrete: em breve teremos novas eleições do CBR e mais uma vez grupos articulados contra e a favor preparam-se para um enfrentamento. Outro lembrete: na prática nem o DASA apertou a situação dos radiologistas tornando pior a situação destes profissionais ( pelo menos por enquanto) e nem o Colégio Brasileiro de Radiologia tomou qualquer medida que fosse eficaz no sentido de quebrar uma eventual hegemonia do grupo e "proteger" os radiologistas.






Omar Genha Taha
Editor do Radiology.com.br 



terça-feira, 15 de maio de 2012

Confira os Lançamentos da JPR 2012

quarta-feira, 9 de maio de 2012


O Glamour da JPR 2012

A palavra glamour não existe nos dicionários em português. Mas alguns conseguem definir como magia, encanto, charme. A JPR 2012, que ocorreu recentemente no Transamérica Expo Center em São Paulo , ultrapassou todas definições possíveis em termos de organização e qualidade num evento científico. De fato, a impressão de cerca de 10.000 pessoas que circularam pelos amplos corredores do Transamérica foi de um evento glamouroso e completo em todos os sentidos – desde a logística , a área científica , comercial , social, político institucional, internacionalização dentre outros.


A programação buscou contemplar as mais diversas tendências atuais científicas da radiologia e diagnóstico por imagem e é difícil apontar alguma modalidade que tenha sido esquecida nesse evento. A qualidade das palestras oferecidas pelos mais de 80 convidados internacionais e outras centenas de convidados nacionais foi elogiada por todos. Concentre-se, por exemplo, no “Refresher Course: Mulher Pré & Pós-Menopausica Hormonal Replacement Therapy , Tamoxifen and Serm’s: their Effects on the Endometrium” , brilhantemente conduzido pela Dra. Marcela Bohm-Vélez de Pittsburgh , EUA, seguido da discussão apresentada pelo Professor Airton Pastore da Faculdade de Medicina da USP de São Paulo “What does Gynecologist Need to Know?”. Finalmente a discussão encerra-se com a própria Dra. Marcela falando sobre “Imaging of Pelvic Pain in The Pre&Postmenopausal Female”.Das 9 até as 10:40 da manhã discutidos , analisados e dissecados os principais aspectos do imagiamento em ginecologia endocrinológica , um tema sabidamente complexo até para especialistas, de forma clara e objetiva.

Enquanto isso, ônibus luxuosos de dois andares com ar condicionado, traziam incansável e gratuitamente os participantes hospedados em hotéis da região para mais um dia de Jornada. Nesse ponto cabe um reparo: o trajeto entre os hotéis e o Transamérica era praticamente desconhecido por parte dos motoristas o que acabou acarretando certo atraso no início da participação no evento.

Os stands estavam bem divididos e vários já se postavam logo na entrada do enorme saguão como o do Colégio Brasileiro de Radiologia, o do INRAD – Instituto de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Faculdade de Medicina da USP, o da Federação Mundial de Radiologia Pediátrica que divulgava a campanha Image Gently, dedicada à redução do uso de radiação ionizante em crianças, o stand do ICR 2014, que será no Egito, da Sociedade Internacional de Técnicos e Tecnólogos que promove um evento dentro de alguns dias em Ontário no Canadá , o stand da John Hopking Education com a apresentação e comercialização de aulas on-line de radiologia para profissionais e estudantes , dentre outros.

Logo na entrada duas demonstradoras com cestas de maçãs vermelhas davam as boas vindas aos participantes. Além disso, manteve-se a distribuição de um boletim diário com um release das principais atividades do dia como lançamento do livro sobre o pioneiro da radiologia brasileira, Dr. Manoel de Abreu, lançamento do livro Encéfalo organizado dentre outros autores pelos Professores Antônio José da Rocha, Renato Adam Mendonça e Leonardo Vedolin, lançamento do segundo livro do famoso radiologista Zé da Luz,de Ourinhos, interior de São Paulo, com novas histórias e reminiscências deste verdadeiro “self- maid man” da radiologia brasileira...lançamento do livro sobre a História da Medicina Nuclear no Brasil , editado pela jornalista Renata Donaduzzi (lembram-se , a que fazia a revista do CBR) ,livros do CREMESP sobre Ética em Ginecologia e Obsterícia , Conceitos de Bioética , etc...

A área comercial era um show a parte! As maiores empresas do setor como Philips, Toshiba, Agfa, GE Healthcare, Siemens, Samnsung (já sem o sobrenome Medison ) se esmeravam em trazer os melhores lançamentos mundiais como foi o caso do Accuvix  XG  da Samsung. As médias e pequenas empresas também tiveram seu espaço e, dessa vez, não ficaram ao fundo de saco do salão. Dentro de um novo “lay-out” projetado para distribuir salas de aulas, restaurante, painéis impressos e eletrônicos nas margens do evento, obrigatoriamente os quase 5.000 médicos participantes do evento tinham que circular por todos os lados do salão tendo assim a oportunidade de passar pelo stand da Eizo – monitores , cd Tech , Livraria Imagem – sempre lotada e com os últimos lançamentos , Ecoimagem, com a família Flinckte que é fornecedora tradicional de insumos para radiologia, dentre tantas outras empresas.

Até mesmo o RSNA – Radiological Society of North América tinha “stand” e o Presidente da entidade, George Bisset não somente deu aulas no setor de Radiopediatria, como participou das várias aberturas, como percorreu os corredores da JPR onde pode rever amigos e reforçar o convite aos brasileiros para que participem da Reunião Anual que este ano inclusive têm um derstaque especial para a radiologia brasileira (confira no filme de apresentação em www.rsna.org ).

Política, Economia e Festas

Políticos de vários naipes e estatura prestigiaram o evento . Desde o Professor Giovanni Cerri que ministrou palestra sobre “Estado de Arte em Radiologia” até o prefeito Gilberto Kassab , além de deputados estiveram presentes nos 4 dias do evento.O prefeito justificou sua presença afirmando que “não poderia deixar de estar presente num evento daquele porte e com a importância econômica para a cidade de São Paulo, tanto em termos científicos como econômico”.

Enquanto isso corria também, pelos corredores a discussão sobre a política associativa da Radiologia, alguns até preocupados já com as eleições para a nova diretoria do Colégio Brasileiro de Radiologia que deverá ocorrer logo em junho e dessa vez será realizada por carta , nos moldes do CRM e outras entidades médicas. Grupos se articulando , reuniões , formação de chapas , grupos , etc.. sempre aparentemente com “o objetivo de melhorar a situação do médico radiologista”. Esse é o discurso! Na prática o que esta acontecendo é que os grandes laboratórios tomaram conta do mercado e o setor esta cada vez mais profissionalizado no que diz respeito à modelos de gestão , informática etc...

Aliás, essa foi a tônica da palestra do economista Luiz Nassif que veio a convite da empresa Medical Systems e fez uma boa palestra analisando aspectos históricos da economia brasileira até desembocar na necessidade premente da profissionalização das empresas médicas no Brasil , particularmente aquelas ligadas ao setor de imagem , devido aos altos investimentos necessários para entrar no mercado e os altos custos de manutenção. Houve um grande debate sobre esta questão após a palestra de Nassif e muitas das observações apresentadas na plateia enriqueceram muito a discussão.

Essa foi a tônica em todo o evento: o publico , os médicos , tiveram uma participação brilhante assim como os técnicos , tecnólogos , enfermeiras , biomédicos e administradores em radiologia. Souberam aproveitar muito bem as oportunidades oferecidas num evento desta envergadura inclusive o show espetacular de abertura realizado pelos Demônios da Garoa e a Festa de Encerramento que congregou boa parte do público jovem presente.

Por isso mesmo, o termo “glamour” parece ser o mais adequado para adjetivar um evento que teve tantos acertos e foi tão grandioso para a radiologia brasileira.

Omar Taha –
Médico Radiologista
Editor do Radiology.com.br



segunda-feira, 30 de abril de 2012

Caiu a Mortalidade Infantil

Existem alguns dados que realmente sinalizam alterações de forma significativa na qualidade de vida. Um deles é a taxa de mortalidade infantil, ou seja o número de mortes de crianças menores de um ano para cada mil nascidos vivos.O IBGE divulgou recentemente que a mortalidade infantil no Brasil caiu quase pela metade na última década.

De cada mil crianças nascidas vivas até um ano de idade, 15,5 morriam em 2010. Em 2000 esse número era de 29,7 - uma redução de 47,6 %.A notícia não poderia ser melhor.

A redução do índice de mortalidade infantil é uma meta perseguida há décadas por médicos sanitaristas , especialistas em saúde pública e também por todos os que têm noção da importância deste dado na avaliação da saúde do País.

O resultado representa um ganho significativo , apesar de estar ainda distante das taxas européias ou do Japão , por exemplo onde os índices são de até 5 mortes por mil nascidos vivos.Ainda estamos atrás de países como o Chile , a Argentina , o Uruguai , o México e Porto Rico.

Outra informação interessante é a análise que vêm embutida nosa dados do IBGE sobre os fatores que influenciaram essa queda, sendo os principais a redução da natalidade o aumento da escolaridade e da renda média no período.

Dados adicionais revelam que a maior redução ocorreu no Nordeste , 58,6% , região que cronicamente apresenta os índices mais elevados.A taxa de redução passou de 44,7 para 18,5´óbitos por mil nascidos vivos. As menores taxas ainda são as da região Sul: 12,6 mil.

Para o demógrafo Wilson Fusco da Fundação Joaquim Nabuco , em Pernambuco, essa redução esta relacionada aos investimentos sociais , como saneamento básico.

Também no Nordeste foram observadas as maiores altas na renda média , cerca de 21,7 % com uma queda  na taxa de fecundidade bastante significativa , cerca de 23,4%.

Tudo isso somado estabelece uma relação evidente: as mulheres estão optando por ter filhos com mais idade, devido principalmente à necessidade de se posicionarem no mercado de trabalho;isso acarreta numa redução da fecundidade, com um planejamento familiar quase natural , que acarreta redução da morbi-mortalidade infantil.

Um avanço significativo , também fruto das novas conjunturas políticas sociais e econômicas. Mas ainda temos muito a melhorar.

( Baseado em artigo publicado na Folha de São Paulo de 28 de abril de 2012, pág C6)

quinta-feira, 8 de março de 2012

A Interferência da Tecnologia na Evolução da Saúde

O uso dos raios X para fins de diagnóstico por imagem em medicina é a forma mais característica e emblemática da interferência tecnológica nos procedimentos ligados à saude, particularmente a saúde humana.