quarta-feira, 22 de maio de 2013

Como a Unimed construiu a maior rede hospitalar privada do País


Durante muitos anos existiu uma separação clara entre operadoras de planos de saúde e administradoras de laboratórios, clínicas e hospitais.

No entanto, a popularização da saúde privada,decorrente da cronificação da crise da saúde pública aliada ao acirramento da competição, fez com que muitas delas optassem por atuar de forma verticalizada. Não bastava mais ter parceiros conveniados.

Era preciso construir hospitais, prontos-socorros, laboratórios e centros de diagnóstico próprios. O objetivo era claro: reduzir custos e aumentar a lucratividade. Nessa estratégia, ninguém foi tão longe quanto a rede Unimed. Silenciosamente, a miríade de 360 cooperativas, federações e confederações que formam a Unimed, uma potência que faturou R$ 39 bilhões e conta com 19 milhões de segurados, montou o maior grupo privado do setor de saúde no País.

São 110 hospitais, 170 prontos-socorros, 69 laboratórios e 43 centros diagnósticos – em termos de estrutura, está atrás apenas das Santas Casas, que não têm fins lucrativos, donas de 454 hospitais geridos individualmente. Esses números mudam rapidamente ; a cada semana surgem novas unidades.

É que apenas neste ano serão inaugurados ou reformados oito hospitais, representando um desembolso de R$ 150 milhões. “Esse tipo de investimento é uma tendência para as empresas que atuam com saúde complementar”, diz o médico Mohamad Akl, presidente da Central Nacional Unimed, a associação entre diferentes federações de Unimeds, criada para atender planos corporativos de empresas presentes em diversos Estados. Essa estratégia começou a ganhar força a partir de 2005.

Apenas para chegar aos seus atuais cinco mil leitos foram gastos R$ 2,5 bilhões. Os resultados já começam a aparecer na “ponta do bisturi”. Além de fazer o dinheiro circular dentro do sistema, direcionar segurados para um de seus hospitais pode significar uma diferença de preços de até 1.000% na compra de insumos e em cirurgias complexas, como as cardíacas. O montante é diretamente proporcional à complexidade do caso.

Alguns cooperados têm uma visão contrária à verticalização. De alguma forma entendem que a iniciativa de edificação dos serviços hospitalares devam ocorrer entre os próprios médicos. Porém , quem se habilita?
  

Basicamente é uma questão de gestão. Para reembolsar um hospital conveniado pelo uso de um cateter duplo, por exemplo, a Unimed gasta R$ 1,3 mil em uma rede conveniada. Quando ela mesma compra esse insumo hospitalar, a conta fica em R$ 180. Observando pela ótica da despesa e da aritmética, fica evidente que a opção das Unimeds faz sentido. “De fato, ter o próprio hospital permite um controle muito maior sobre toda a complexa cadeia de fornecedores da saúde, o que deve se traduzir em resultados melhores”, diz Silvio Laban, coordenador dos MBAs da escola de negócios Insper. “Por outro lado, muitas vezes a formação básica dos gestores de planos de saúde é a medicina, e é complicado administrar um hospital sem conhecimento de gestão de negócios.” É nesse ponto que reside o maior risco para as Unimeds. Mesmo internamente, seu gigantismo é visto como força e fraqueza simultaneamente.


Tanto isso é verdade que a piada predileta dos funcionários é se referir ao sistema como “Complexo” Unimed, que pode ser compreendido tanto como uma forma de demonstrar seu tamanho, quanto pela dificuldade de entendê-lo.

Fonte:Revista Isto É Dinheiro
Editoria: Pág 72 / 73
Data: Maio/2013


terça-feira, 14 de maio de 2013

Deputado Eleusis Paiva critica importação de médicos


Deputado Federal Eleuses Paiva (PSD), durante a abertura da JPR2013, fez uma crítica contundente à proposta do Ministro Alexandre Padilha através do Governo Federal, de importar 6000 médicos cubanos que atenderiam nas unidades básicas do País. 

Dr. Eleuses considera um absurdo essa medida e diz que, ao invés de estar preocupado em importar médicos de fora, o Governo deveria estar preocupado com a melhoria das condições de trabalho e salário dos médicos brasileiros, principalmente os que atuam na rede pública.

Eleuses disse que estes médicos não passaram pelo Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições Estrangeiras, o Revalida. “Isso nos causa espanto. Principalmente porque o índice de aprovações de formados na Escuela Latino Americana de Medicina (ELAM) é muito pequeno” afirmou o deputado.

“Já está mais do que comprovado por estudos realizados pelo Conselho Regional de Medicina que não faltam médicos no Brasil; o problema é de distribuição geográfica. Então por que não realizar uma política séria de estimulo parta que os médicos busquem trabalho em regiões mais distantes?“ pergunta o Deputado.

Segundo os dados da Pesquisa realizada recentemente pelo CFM – Conselho Federal de Medicina existem 388.015 médicos no Brasil. Considerando que a população do País atualmente é de 193867.971 a taxa é de 2,0 profissionais por 1.000 habitantes.

O avanço nos últimos doze meses foi de 16.227, o que significa 4% em um ano. Seguindo essa proporção serão 400 mil médicos até o final de 2013. Como conseqüências desta taxa de crescimento do número de médicos elevam-se as inscrições de novos diplomas, as entradas de profissionais do mercado são maiores do que as saídas e há a chegada e jovens com longos anos de profissão a percorrer.

Portanto, segundo o Deputado a medida de importação além de desnecessária é inócua e desvaloriza o profissional médico brasileiro.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

JPR : A Jornada que virou Congresso


*Por Omar Taha

Por definição Jornada é um evento que se estende por um ou dois dias e tenta esgotar algum tema ou sub-tema dentro de alguma área do conhecimento humano, muitas vezes se utilizando de recursos simples como aulas, palestras ou mesas redondas onde participam alguns especialistas daquela área do conhecimento. Congressos, por outro lado, são eventos maiores, que congregam um maior número de participantes, palestrantes, modalidades diversas de apresentações e um universo maior de temas a serem debatidos.

Como definir a Jornada Paulista de Radiologia? Como enquadrar um evento que só esse ano contou com 18.000 pessoas envolvidas, centenas de professores convidados internacionais agregando dois Congressos Mundiais – o da FLAUS ( Federação Latino Americana de Ultra-som) e o da WUFMB (World Federation Ultrasound Medicine and Biology), centenas de palestras, aulas , work-shops, sessões hands-on, mesas redondas ,conferências, sessões interativas...etc. Para se ter uma idéia da dimensão deste trabalho apenas a Comissão Científica da Jornada Paulista coordenada pelo Dr. Renato Adam Mendonça , conta com 62 membros.

Podemos verificar que o trabalho de preparação da Jornada é realmente exaustivo e depende de centenas de profissionais das mais diversas áreas que vão desde especialistas de informática que programam os sofisticados painéis “touch screen” que ficam na porta das salas de aula , até os montdores de stands que criam quase uma mini cidade da radiologia no espaço ocupado no Centro de Convenções do Hotel Transamérica em São Paulo.

O resultado é muito evidentemente positivo. Nestes quatro dias praticamente todas as áreas do diagnóstico por imagem em medicina são escrutinados e dissecados em palestras que, de fato, estão voltadas para atualização em medicina. Anteriormente divididos por áreas de atuação dos grandes métodos como Tomografia , Ressonância Magnética, Medicina Nuclear , Mamografia, Raios x e Ultra-som, os últimos anos a tendência é agregar em temas e segmentos topográficos como , neuro, cabeça e pescoço, músculo esquelético, gastro intestinal , saúde da mulher , envolvendo mama , ginecologia e obstetrícia, rins vias urinárias e próstata.
Ë difícil escolher qual tema assistir na JPR. A conferência realizada, por exemplo, pelo Professor Sérgio Ajzen sobre Câncer de Próstata foi brilhante e terminou fazendo um questionamento que leva a reflexão: será que temos que fazer tantos diagnósticos assim? Será que estamos de fato contribuindo com a qualidade de vida dos nossos pacientes com a utilização de tantos métodos? O que o outros médicos, cirurgiões, oncologistas, clínicos estão fazendo com os nossos pacientes após o diagnóstico?

Também merecem destaque entre tantas as palestras do Dr.Steven Goldstein, de Nova Iorque, EUA , que abordou “Considerações Especiais em US em Gineco para o Paciente com Câncer de Mama”, o Dr. Claudio Pires, de São Paulo “Quando falar em US que o Tumor Ovariano é benigno”, Dr. Leonardo Accardo de Matos , São Paulo falando sobre “Endometriose Profunda”, Dr. Enzo Durante “Câncer de Mama – Avaliação US” , muitas palestras sobre Elastografia, sobe uso adequado e inadequado de equipamentos, etc...       

Enquanto isso se podia percorrer os corredores do Centro de Exposições, tanto para ver a Sessão de Painéis como verificar os stands das principais empresas fabricantes de equipamentos, softwares e insumos em geral voltados para diagnóstico por imagem onde podiam se ouvir diálogos em diversas línguas do planeta.

O professor Giovanni Guido Cerri na sessão magna da JPR fez uma análise sobre a decisão tomada há muitos anos atrás da necessidade e internacionalização da JPR. Naquela época,segundo ele , houve uma certa preocupação pelo fato do Hotel Hilton ter sido ocupado pelos 1000 participantes do evento. Agora, a Sociedade Paulista de Radiologia, que foi comandada nos últimos 3 anos pelo Dr. Ricardo Baaklini , associa-se ao RSNA (Radiological Society of North America) para realizar no próximo ano aquele que será um dos maiores eventos da radiologia do mundo: a JPR 2014.
Desta feita quem estará no comando será o novo Presidente da SPR empossado durante a Jornada, o Dr. Antonio José da Rocha que assume, segundo ele mesmo, “de olhos voltados para a pluralidade” com a desafiante esperança de estabelecer novas parcerias e fortalecer as já existentes.

E esta, de fato é a sensação que fica: como fazer uma Jornada cada vez maior sem perder a qualidade tornando o evento cada vez mais útil ao participante? Este é o desafio que se impõe às novas lideranças da Sociedade Paulista e nós como participantes assíduos estes eventos torcemos para que sejam bem sucedidos.

Omar Taha
Médico Radiologista
Diretor do Radiology.com.br     

segunda-feira, 18 de março de 2013

Índice Nacional de Satisfação do Consumidor: Laboratórios




Com queda, em fevereiro, de 10,3 pontos percentuais (de 67,6% em janeiro para 57,3%), o setor de hospitais e laboratórios fechou o mês com o menor nível de satisfação desde abril de 2012. A informação é do Índice Nacional de Satisfação do Consumidor, medido pela ESPM e criado pelo professor pesquisador da escola, Ricardo Pomeranz.

Na análise de 96 empresas de 24 setores, o indicador fechou o segundo mês do ano com retração de 0,6 ponto percentual, atingindo 43,4%. De acordo com o estudo, a queda na satisfação está diretamente relacionada à Operação Lava Rápido, da Polícia Federal, que mostrou a intenção de uma quadrilha de roubar processos da Secretaria da Fazenda para tentar oferecer serviços de redução de multas e até eliminação dos processos.

Também chamam a atenção as reclamações dos consumidores com os serviços prestados pelas empresas do setor, principalmente filas e longas esperar para realizar exames ou obter resultados. Neste segmentos, são analisados Albert Einstein, Dasa, Fleury e Clínicas POA. Convênios médicos As ações de patrocínio esportivo anunciadas por algumas operadoras de convênios médicos colaboraram para o aumento de 10,2 pontos percentuais na satisfação do consumidor com este setor, que passou de 48,1% em janeiro para 58,3% em fevereiro.

O investimento maciço em marketing foi visto, pelos internautas, mais do que uma simples ação de comunicação, mas como “uma parceria que vai além do imediatismo”. As empresas pesquisadas são Amil, Unimed, Intermédica e Golden Cross.

Primeiro e único indicador brasileiro com dados totalmente levantados na internet, o Índice Nacional de Satisfação do Consumidor registrou, em fevereiro, queda na avaliação de 17 dos 24 setores pesquisados: - lojas de departamento 61,6% (-2 pontos percentuais) - indústria automobilística 60,2% (- 3 pontos) - bebidas (- 1,1 ponto) - personal care 76,1% (- 2 pontos) - alimentos 72,4% (- 4,5 pontos) - eletroeletrônicos 60,4% (- 0,3 ponto) - indústria farmacêutica 73,3% (- 2,5 pontos) - saneamento básico 38,8% (- 1,4 ponto) - energia elétrica 26,9% (- 0,7 ponto) - indústria digital 67,7% (- 0,2 ponto) - gás 53,1% (- 3,2 pontos) - seguradoras 63,9% (- 2,3 pontos) - telefonia fixa 38,6% (- 2,3 pontos) - bens de consumo 67,4% (- 3,1 pontos) - hospitais e laboratórios 57,3% (- 10,3 pontos) - transportes metropolitanos 31,6% (- 3,8 pontos) - telecom 23,6% (- 6 pontos) Os demais setores analisados registraram alta: - supermercados 75,5% (+ 3,8 pontos) - vestuário 75,5% (+ 1,5 ponto) - construtoras 52,4% (+ 7,3 pontos) - convênios médicos 58,3% (+ 10,2 pontos) - aviação 64,3% (+ 2,4 pontos) - drogarias 77,9% (+ 0,1 ponto) - bancos 47,1% (+ 4,7 pontos).

fonte: Veículo: Portal Segs
Editoria: Notícias
Data: 17/3/2013