segunda-feira, 16 de agosto de 2010

ANS divulga melhores operadoras do País

(mas o atendimento à saúde e o salário dos médicos não melhora)

Apenas 23 (2,3%) das 989 operadoras de saúde que atuam na área médico hospitalar conseguiram notas na faixa mais alta da avaliação de desempenho divulgada pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
As notas , chamadas de IDSS ( Índice de Desempenho  da Saúde Suplementar) variam de 0 e 1 e avaliam o desempenho das operadoras de planos de saúde no Brasil baseado em quatro critérios: atenção à saúde, estrutura e operação, equilíbrio econômico-financeiro e satisfação do beneficiário.

Segundo a ANS esta avaliação tem o objetivo de melhorar a qualidade da prestação de serviços por parte das operadoras e garantir o equilíbrio do mercado. O IDSS poderá desta forma, servir ao usuário como instrumento de consulta prévia para os que desejam adquirir ou trocar de plano de saúde.

Dentre os critérios de avaliação de desempenho, a atenção à saúde é o que tem mais peso (50%) . O equilíbrio econômico-financeiro aparece em segundo lugar (30%), seguido dos itens estrutura e operação (10%) e satisfação do beneficiário (10%).

Em termos numéricos as operadoras da faixa "top" representam 16% dos 41,6 milhões de usuáriosde planos de saúde no País.Já as mal avaliadas têm uma quantidade menor de clientes.São 392 na faixa das piores notas (entre 0 e 0,39), que representam 11,3% dos usuários.

A maioria das operadoras ainda podem ser consideradas medianas (35,2%) : obtiveram notas entre 0,4 e 0,59. Representam cerca de 30 % dos usuários.

Outras 226 operadoras (22,9%) tiveram notas entre 0,6 e 0,79 ; representam a maioria dos usuários : 18 milhões de pessoas , ou 43% do total de segurados vinculados às operadoras ativas. O ranking divulgado pela ANS demonstra também que apenas três das maiores operadoras do País estão entre as mais bem avaliadas - Bradesco , Amil e Unimed.

Apesar desta divulgação ter sido muito bem recebida pelas operadoras que têm as notas mais altas , as críticas em relação ao setor são muito contundentes. As operadoras queixam-se das normas da ANS, consideradas cada vez mais draconianas e que engessam a atuação das mesmas deixando exasperados os gestores diante do acúmulo de exigências para o setor.

Por outro lado o IDEC ( Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) reitera que o setor dos planos de saúde é um dos que apresentam maior volume de queixas dos usuários. Segundo a advogada Karina Grou , o índice têm problemas e não avalia, de fato a qualidade dos serviços prestados. Segundo a advogada o IDEC vêm acompanhando atentamente o setor e "continua observando a gravidade do setor, não só na negativa de cobertura , mas também na piora da qualidade do atendimento".Segundo a advogada o item "respeito ao consumidor é apenas um grão de areia para a ANS chegar a estes resultados".

E por fim , temos os médicos e outros prestadores de serviços às operadoras que vêem seus salários e honorários cada vez mais achatados, sem perspectivas de realinhamento, até porque falta união e articulação aos profissionais, no sentido de cobrar melhor remuneração às operadoras.

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