*Por
Omar Taha
Por definição Jornada é um evento que se estende por um
ou dois dias e tenta esgotar algum tema ou sub-tema dentro de alguma área do
conhecimento humano, muitas vezes se utilizando de recursos simples como aulas,
palestras ou mesas redondas onde participam alguns especialistas daquela área
do conhecimento. Congressos, por outro lado, são eventos maiores, que congregam
um maior número de participantes, palestrantes, modalidades diversas de
apresentações e um universo maior de temas a serem debatidos.
Como definir a Jornada Paulista de Radiologia? Como
enquadrar um evento que só esse ano contou com 18.000 pessoas envolvidas,
centenas de professores convidados internacionais agregando dois Congressos
Mundiais – o da FLAUS ( Federação Latino Americana de Ultra-som) e o da WUFMB
(World Federation Ultrasound Medicine and Biology), centenas de palestras,
aulas , work-shops, sessões hands-on, mesas redondas ,conferências, sessões
interativas...etc. Para se ter uma idéia da dimensão deste trabalho apenas a
Comissão Científica da Jornada Paulista coordenada pelo Dr. Renato Adam
Mendonça , conta com 62 membros.
Podemos verificar que o trabalho de preparação da
Jornada é realmente exaustivo e depende de centenas de profissionais das mais
diversas áreas que vão desde especialistas de informática que programam os
sofisticados painéis “touch screen” que ficam na porta das salas de aula , até
os montdores de stands que criam quase uma mini cidade da radiologia no espaço
ocupado no Centro de Convenções do Hotel Transamérica em São Paulo.
O resultado é muito evidentemente positivo. Nestes
quatro dias praticamente todas as áreas do diagnóstico por imagem em medicina
são escrutinados e dissecados em palestras que, de fato, estão voltadas para
atualização em medicina. Anteriormente divididos por áreas de atuação dos
grandes métodos como Tomografia , Ressonância Magnética, Medicina Nuclear ,
Mamografia, Raios x e Ultra-som, os últimos anos a tendência é agregar em temas
e segmentos topográficos como , neuro, cabeça e pescoço, músculo esquelético,
gastro intestinal , saúde da mulher , envolvendo mama , ginecologia e
obstetrícia, rins vias urinárias e próstata.
Ë difícil escolher qual tema assistir na JPR. A
conferência realizada, por exemplo, pelo Professor Sérgio Ajzen sobre Câncer de
Próstata foi brilhante e terminou fazendo um questionamento que leva a reflexão:
será que temos que fazer tantos diagnósticos assim? Será que estamos de fato
contribuindo com a qualidade de vida dos nossos pacientes com a utilização de
tantos métodos? O que o outros médicos, cirurgiões, oncologistas, clínicos
estão fazendo com os nossos pacientes após o diagnóstico?
Também merecem destaque entre tantas as palestras do
Dr.Steven Goldstein, de Nova Iorque, EUA , que abordou “Considerações Especiais
em US em Gineco para o Paciente com Câncer de Mama”, o Dr. Claudio Pires, de
São Paulo “Quando falar em US que o Tumor Ovariano é benigno”, Dr. Leonardo
Accardo de Matos , São Paulo falando sobre “Endometriose Profunda”, Dr. Enzo
Durante “Câncer de Mama – Avaliação US” , muitas palestras sobre Elastografia,
sobe uso adequado e inadequado de equipamentos, etc...
Enquanto isso se podia percorrer os corredores do
Centro de Exposições, tanto para ver a Sessão de Painéis como verificar os
stands das principais empresas fabricantes de equipamentos, softwares e insumos
em geral voltados para diagnóstico por imagem onde podiam se ouvir diálogos em
diversas línguas do planeta.
O professor Giovanni Guido Cerri na sessão magna da JPR
fez uma análise sobre a decisão tomada há muitos anos atrás da necessidade e
internacionalização da JPR. Naquela época,segundo ele , houve uma certa
preocupação pelo fato do Hotel Hilton ter sido ocupado pelos 1000 participantes
do evento. Agora, a Sociedade Paulista de Radiologia, que foi comandada nos
últimos 3 anos pelo Dr. Ricardo Baaklini , associa-se ao RSNA (Radiological
Society of North America) para realizar no próximo ano aquele que será um dos
maiores eventos da radiologia do mundo: a JPR 2014.
Desta feita quem estará no comando será o novo
Presidente da SPR empossado durante a Jornada, o Dr. Antonio José da Rocha que
assume, segundo ele mesmo, “de olhos voltados para a pluralidade” com a
desafiante esperança de estabelecer novas parcerias e fortalecer as já
existentes.
E esta, de fato é a sensação que fica: como fazer uma
Jornada cada vez maior sem perder a qualidade tornando o evento cada vez mais
útil ao participante? Este é o desafio que se impõe às novas lideranças da
Sociedade Paulista e nós como participantes assíduos estes eventos torcemos
para que sejam bem sucedidos.
Omar Taha
Médico Radiologista
Diretor do Radiology.com.br
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