A matéria que você vai ler agora é assustadora.
Mas é verdadeira!
Contém dentre outras declarações a repercussão da entrevista concedida pelo presidente da Amil à revista Exame onde ele afirma que enriqueceu sabendo explorar mão de obra qualificada e barata.
Alguns questionam inclusive se a entrevista de fato aconteceu.Outros dizem que o teor do que ele falou foi diferente.
Recentemente este e-mail foi enviado pelo Sindicato dos Médicos do Norte do Paraná para toda a base de médicos. Leia , reflita e tire suas conclusões:
BILIONáRIO DA AMIL ADMITE QUE ENRIQUECEU EXPLORANDO MéDICOS
O impacto desta declaração, feita numa entrevista à Exame, não
repercutiu como devia
Em entrevista à revista Exame, o presidente da Amil, empresário
Edson de Godoy Bueno, em linguagem desabrida e triunfalista, não
escondeu os meios de que se valeu para enriquecer. Quando indagado
sobre o segredo de ficar bilionário tão rápido, em síntese,
respondeu: "Para mim, foi uma experiência que me trouxe grande
satisfação. Eu percebi que dispunha de mão de obra extremamente
qualificada, mas extremamente barata: o médico. Eu soube explorar
isso, e o resultado foi a Amil".
Logo, para o presidente da Amil, os fins justificam os meios, numa
espécie de ética enviesada, onde se permite utilizar o médico como
mão de obra barata e disponível à sede de ganho dos empresários da
saúde. Reconheça-se, contudo, a coerência do ricaço da saúde, ao
lançar mão de métodos pouco ortodoxos, como, por exemplo, medicina
por evidência, terceirização de serviços de alta complexidade,
redirecionamento de pacientes e apologia da ortotanásia com o
objetivo claro de cortar custos.
Logo, às favas com os escrúpulos, pois o que interessa é o
resultado grandioso, a gigante Amil, capaz de uma interferência
indevida no cerne da atividade médica, diagnóstico e tratamento,
afetando, por conseguinte, um contingente enorme de usuários deste
plano de assistência médica privada, vítimas frequentes da sua
ganância.
Infelizmente, o impacto desta declaração desastrosa não repercutiu
como devia, isto é, não serviu para aglutinar e organizar os
médicos numa posição de repúdio à exploração descarada e
explícita, que dá ao presidente da Amil um lucro fácil e fabuloso.
Os médicos, mais uma vez, perderam a oportunidade de virar a página
da submissão, quando não se desligaram desta operadora que avilta o
trabalho em seus consultórios, bem como os explora, enquanto
empregadora, em seus seus hospitais próprios.
Falou mais alto a falta de consciência política dos médicos, que,
intimidados, preferem esmolar para se manterem credenciados. Com
relação aos usuários, o comportamento da Amil não é diferente:
prevalece a lógica do lucro escorchante, através de contratos
draconianos que sequer são cumpridos.
Esse plano de saúde ganhou uma dimensão nacional, lançando seus
tentáculos na direção dos três poderes da República, numa busca
calculada de áreas de influência, que se dá com o crescimento da
sua bancada no Congresso Nacional, com uma interferência descabida na
Agência Nacional de Saúde Suplementar e com uma tentativa de
aproximação do Judiciário, buscando abrandar os rigores da lei.
Para a infelicidade de médicos e usuários essa arremetida parece
exitosa.
O desrespeito aos médicos e aos contratos tem como consequência
maior o sacrifício do doente. No caso da Amil, essa questão deve ser
considerada, sob pena da conivência do poder público com ações que
não primam pela benemerência, pelo contrário, se destinam a sugar
materialmente os usuários do plano, acarretando-lhes sofrimento e
decepção. O sentido de humanidade desaparece, como ideal
civilizatório, e surge a falta de indulgência, típica do
gangsterismo dos planos de saúde.
Tudo isso acontece sob os olhares omissos da Agência Nacional de
Saúde Suplementar, que não fiscaliza, rigorosamente, os serviços
prestados pela Amil, limitando-se apenas ao exame dos aspectos legais
de seus contratos. Jamais questionou a desobediência da Amil em
relação às normas emanadas do Ministério da Saúde, tampouco se
comportou como mediadora do conflito entre médicos, usuários e esta
operadora. Da mesma forma, nessa linha de imobilismo, encontramos os
Conselhos Federal e Estaduais de Medicina, que, em momento algum,
repudiaram a declaração acintosa do presidente da Amil com base no
Código de Ética Médica. Essa passividade, diante de uma
exploração confessada, envergonha os médicos e deixa antever que o
infrator da ética médica, o médico Edson de Godoy Bueno,
continuará impune.
Sem o apoio decisivo dos seus Conselhos Éticos, aos médicos mais
corajosos cabe apenas denunciar aos usuários deste plano de saúde
que não têm independência sobre procedimentos que a eles cabe
decidir, do mesmo modo que são orientados a atender os pacientes, no
menor tempo possível, o que contraria as normas da Organização
Mundial de Saúde. Essas condições, impostas pela Amil, transformam
o usuário em paciente de segunda categoria e o médico, em seu algoz.
Na realidade, essa é a chave do sucesso do presidente da Amil: evitar
a confluência do desejo de um bom atendimento médico com o interesse
em atender da melhor maneira possível.
Fonte: Jornal do Brasil