Bem, enquanto isso, na Unimed - Cooperativa de Trabalho Médico - foram emitidas correspondências à todos os prestadores de serviço de imagem comunicando que a partir do próximo mês os exames acumulados não serão pagos na sua totalidade. Explico: caso o pedido seja de ultra-som endovaginal e mamografia, por exemplo , o primeiro exame - não sei o critério para definir qual o primeiro - receberá 100% do valor acordado ( que não é o da CBHPM - é menor), o segundo 70% e o terceiro 50%.
Portanto ocorrerão descontos nos valores que já tem descontos...
Dá pra entender?
Isso esta ocorrendo devido à um aumento muito grande da "sinistralidade" , termo utilizado pelas seguradoras como evento de utilização do seguro, no nosso caso exames e consultas médicas.
Este fenômeno está ocorrendo em todo o País e ninguém sabe explicar muito bem a causa. O mais evidente , para nós que estamos prestando o serviço , é a vontade do paciente em realizar determinados procedimentos como "rotina " de avaliação ou "check up" , muitas vezes sem necessidade.
Portanto, o cerne da questão de fato , está no relacionamento do segurado com a seguradora que , por vários motivos, quer utilizar o seguro mesmo que não haja uma necessidade explícita de utilização do mesmo.
Se o médico não pede o exame o paciente procura outro, até achar um que peça...
Os valores dos planos são considerados altos pelos usuários; as operadoras alegal que os custos estão cada vez mais elevados tanto na compra dos serviços como na administração.
E os médicos prestadores de serviço ficam espremidos neste embate vendo seus parcos honorários se esvaindo pelo ralo da discussão...
4 comentários:
Uma das soluções de curto prazo é não atender aos pacientes em todos os seus exames.
Segundo, se o convênio não pagar o valor acordado em contrato (100% integral), simplesmente cobra-se o integral em "cash" e encaminha-se o paciente para que tenha o reembolso do convênio.
Terceiro, é a solução adotada por algumas operadoras que constituem o plano participativo. Ou seja, os procedimentos são parcialmente pagos pelos pacientes. A piada é que algumas Unimeds cobram a CBHPM do paciente e repassam a AMB92 para os serviços de imagem!
Quarta, adota-se a tabela AMB92 ou CBHPM, referente ao convênio, e comunica ao paciente que está sendo cobrado o valor particular do que já é repassado pelo convênio, e explica-se o absurdo destes descontos dos demais exames! Resumindo, cobra paticular o valor que o convênio paga!
O que não pode acontecer é os serviços de imagem e a classe de radiologistas (CBR e sociedadees) deixarem a situação passar sem uma justicativa adequada para uma conduta ABSURDA como esta!
Afinal, algum médico tá se valorizando o suficiente????
Acredito que tenha outra reflexão para compartilhar:
Penso que fora criada, pelo governo, a ANS como órgão regulamentador das relações entre usuários e convênios.
Pensava-se que o usuário era o lado mais fraco e desprotegido nas relações.
Entretanto, ainda que houvesse um projeto bem intencionado, não se incluíram as relações entre médicos e convênios. Levando ao que, hoje, percebemos como desigualdade gritante entre esses.
As operadoras de saúde (incluíndo as Unimeds), que conservam como valor de negócio prioritário a maximização dos lucros dos sócios e acionistas, transferem irresponsavelmente seus custos e ônus aos médicos, numa ação anti-ética e de completo desrepeito às relações profissionais.
Soma-se ao fato, o foco na quantidade em detrimento da qualidade e utilidade do serviço prestado ao usuário.
Acredito que o futuro deste cenário não contará com bons resultados.
Acredito, portanto, que medidas imediatas precisam ser tomadas pelos médicos, junto ao Governo e à Sociedade.
Os planos de saude, incluindo a Unimed, fazem o que querem, porque nós somos a classe mais desunida que existe. Se tu paras tem sempre um "colega" que vai continuar atendendo, e ainda acha que "vai ganhar no volume".
Dr. Omar,
O problema que os senhores radiologistas estão vivendo, já vivem outras especialidades da medicina. Trata-se da completa falta de respeito e ética ao profissional médico. São tratados como um ativo na mão de administradores dessas cooperativas. Há algum tempo atendí a profissional médico com o mesmo problema. Resultado: ele saiu da Unimed e por vias oblíquas teve seu serviço contratado por um contrato especial que não se sujeita as regras de exploração comercial características dos contratos de adesão de convênios médicos.
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