De cada mil crianças nascidas vivas até um ano de idade, 15,5 morriam em 2010. Em 2000 esse número era de 29,7 - uma redução de 47,6 %.A notícia não poderia ser melhor.
A redução do índice de mortalidade infantil é uma meta perseguida há décadas por médicos sanitaristas , especialistas em saúde pública e também por todos os que têm noção da importância deste dado na avaliação da saúde do País.
O resultado representa um ganho significativo , apesar de estar ainda distante das taxas européias ou do Japão , por exemplo onde os índices são de até 5 mortes por mil nascidos vivos.Ainda estamos atrás de países como o Chile , a Argentina , o Uruguai , o México e Porto Rico.
Outra informação interessante é a análise que vêm embutida nosa dados do IBGE sobre os fatores que influenciaram essa queda, sendo os principais a redução da natalidade o aumento da escolaridade e da renda média no período.
Dados adicionais revelam que a maior redução ocorreu no Nordeste , 58,6% , região que cronicamente apresenta os índices mais elevados.A taxa de redução passou de 44,7 para 18,5´óbitos por mil nascidos vivos. As menores taxas ainda são as da região Sul: 12,6 mil.
Para o demógrafo Wilson Fusco da Fundação Joaquim Nabuco , em Pernambuco, essa redução esta relacionada aos investimentos sociais , como saneamento básico.
Também no Nordeste foram observadas as maiores altas na renda média , cerca de 21,7 % com uma queda na taxa de fecundidade bastante significativa , cerca de 23,4%.
Tudo isso somado estabelece uma relação evidente: as mulheres estão optando por ter filhos com mais idade, devido principalmente à necessidade de se posicionarem no mercado de trabalho;isso acarreta numa redução da fecundidade, com um planejamento familiar quase natural , que acarreta redução da morbi-mortalidade infantil.
Um avanço significativo , também fruto das novas conjunturas políticas sociais e econômicas. Mas ainda temos muito a melhorar.
( Baseado em artigo publicado na Folha de São Paulo de 28 de abril de 2012, pág C6)